Ribeirinhos do Marajó cortam os rios para receber cestas básicas
“Passeando pelas cercanias do Amazonas, conheci vastos seringais. No Pará, a ilha de Marajó e a velha cabana do Timbó” Para quem mora no Centro-Sul do país, talvez tudo o que se saiba sobre a Ilha do Marajó sejam os versos do samba-enredo “Aquarela Brasileira”, da escola de samba Império Serrano, de 1964. A velha […]
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“Passeando pelas cercanias do Amazonas, conheci vastos seringais. No Pará, a ilha de Marajó e a velha cabana do Timbó”
Para quem mora no Centro-Sul do país, talvez tudo o que se saiba sobre a Ilha do Marajó sejam os versos do samba-enredo “Aquarela Brasileira”, da escola de samba Império Serrano, de 1964. A velha cabana do Timbó é uma lenda paraense, de um feiticeiro que vivia sozinho numa ilha e causava medo aos moradores ribeirinhos.
Cortando o Rio São Cosmo – ao norte do arquipélago do Marajó – é possível ver várias palafitas isoladas entre as matas. Moradores tão afastados de qualquer comunidade quanto o lendário Timbó.
“Essas pessoas vivem do extrativismo do açaí e da pesca do camarão. Os barcos passam aqui e compram a produção deles. Pagam de 25 a 40 reais num cesto de açaí e o quilo do camarão hoje está a 6 reais, mas depende da época” – explicou a ribeirinha Ana Maria Lobato, de 66 anos. “Na má fase, já vendemos o camarão até a 3 reais”, complementa o aposentado Valcir Lopes.
Na confluência do Rio Piraioara com o Rio São Cosmo formou-se, em
A confluência de dois rios é como se fosse um entroncamento de duas B.Rs – sempre tem movimento. Ali foi colocado um trapiche que, teve todas suas tábuas trocadas em apenas cinco dias por ordem do prefeito da cidade de Afuá. Afinal, a ministra Damares Alves iria passar por ali. O mau tempo impediu que a ministra fosse até lá, mas pelo menos, a ponte, toda revitalizada, vai permanecer por muitos anos.
Na manhã desta terça-feira, dia 16, o Navio Auxiliar Breves, da Marinha do Brasil, foi até o novo trapiche levando 50 cestas básicas para a comunidade (no total, foram doadas 7.550 cestas para Afuá e 7.550 cestas para Chaves – dois municípios marajoaras). A doação veio da rede Carrefour e da APAS – Associação Paulista de Atacadistas e Supermercadistas -, que apoiaram a ação “Pão da Vida”, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Uma das primeiras a chegar para buscar a assistência foi Marcele da Silva, mãe de sete filhos. “Já recebi outras cestas do governo. Agora estamos recebendo essa ‘da Damares’. A gente tem que ir indo como Deus quer: não pode ir correndo? a gente vai andando.” – contou, conformada, a moradora de São Sebastião que, para ganhar um “extra” faz matapi de camarão (uma espécie de armadilha para pescar o crustáceo), vendido a 10 reais cada um.
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