Embate entre Embraer e metalúrgicos após demissões deve parar na Justiça

A nota publicada anteriormente trouxe, no quarto parágrafo, informações sobre os salários de executivos que foram confrontadas pela Embraer. O sindicato aponta que alguns executivos ganhariam por mês um salário que supera os R$ 2 milhões, mas a empresa diz que os sindicalistas transformaram dados anuais em mensais, além de tratar como salário o pagamento […]

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A nota publicada anteriormente trouxe, no quarto parágrafo, informações sobre os salários de executivos que foram confrontadas pela Embraer. O sindicato aponta que alguns executivos ganhariam por mês um salário que supera os R$ 2 milhões, mas a empresa diz que os sindicalistas transformaram dados anuais em mensais, além de tratar como salário o pagamento de bônus por desempenho. Segue versão do texto com as ponderações fornecidas pela empresa.

A Embraer e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos não chegaram a um acordo para por fim ao embate após a demissão de cerca de 2.500 colaboradores. O ajuste na folha, alega a empresa, veio com a grave crise provocada pela pandemia, assim como o fracasso do acordo com a Boeing envolvendo o segmento de jatos comerciais. Sem acordo, a categoria promete agora entrar na Justiça para reverter as demissões.

Os desligamentos, segundo cálculos da entidade, consideram tanto as 1,6 mil dispensas dentro de um programa de demissão voluntária, cuja validade é posta em xeque pela categoria, que aponta assédio para a adesão, além de um anúncio feito pela Embraer na semana passada confirmando a demissão de 900 outros profissionais. A categoria se reuniu nesta terça-feira com a empresa em audiência de mediação no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região.

A Embraer, em nota, criticou a postura dos sindicalistas. “O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos se manteve intransigente, recusou a proposta e nem mesmo se dispôs a levá-la para apreciação dos metalúrgicos através de assembleia”, disse. A fabricante brasileira jogou sobre a mesa a extensão dos benefícios de assistência médica e auxílio-alimentação aos colaboradores desligados.

Do outro lado, o sindicato exige que todas as demissões sejam revertidas. Eles demandam um ajuste nas remunerações de diretores e propuseram a adoção de um teto salarial na fábrica equivalente à remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal, no valor de R$ 39.200. “Hoje, o teto na Embraer é de R$ 2.170.666,62 mensais, pago a um conselheiro”, diz o sindicato, em nota. O valor economizado com a medida, defendem, seria suficiente para manter os empregos.

A Embraer, entretanto, alega que os sindicalistas transformaram as remunerações anuais em mensais. Segundo a fabricante, o sindicato trata como salário números que também englobam bônus por desempenho e incentivos de curto e longo prazos, cujo pagamentos são anuais. “Não há qualquer salário ou remuneração mensal que corresponda aos valores citados”, diz a empresa.

Em nota, os sindicalistas disseram que a empresa teria admitido que não negociou as demissões com o sindicato, o que iria na contramão das orientações dos tribunais. No dia do anúncio das 900 demissões na Embraer, na última quinta-feira (03), o sindicato tinha uma reunião com os executivos da empresa.

Simultaneamente à audiência, o sindicato disse que os trabalhadores realizaram uma assembleia presencial e autorizaram o Sindicato a entrar com uma ação judicial para buscar o cancelamento das demissões. “O posicionamento da Embraer na audiência não nos surpreendeu. A empresa sempre foi intransigente e nunca demonstrou qualquer preocupação com os empregos e direitos dos trabalhadores. Agora a situação é ainda mais grave e desumana, considerando-se este cenário de pandemia”, afirma o diretor do Sindicato, Herbert Claros.

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