Guedes fala sobre situação fiscal do País e cita expressão ‘fundo do poço’

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira, 14, que o governo “não vai vender falsas esperanças” em relação à situação fiscal difícil que o País enfrenta. “Não adianta achar que vamos crescer 3%, a realidade é que estamos no fundo do poço”, afirmou. Em audiência na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso […]

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Paulo Guedes afirmou que concursos devem ser congelados pelos próximos anos. (Foto/ Reprodução)
Paulo Guedes afirmou que concursos devem ser congelados pelos próximos anos. (Foto/ Reprodução)
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira, 14, que o governo “não vai vender falsas esperanças” em relação à situação fiscal difícil que o País enfrenta. “Não adianta achar que vamos crescer 3%, a realidade é que estamos no fundo do poço”, afirmou.

Em audiência na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional, Guedes disse que o governo trabalha com transparência e corrige previsões relacionadas à economia rapidamente.

Mais cedo, Guedes chegou a dizer que a previsão para o crescimento do PIB “já está em 1,5%” e o secretário da Fazenda, Waldery Rodrigues, completou que a previsão oficial, hoje em 2,2%, será reduzida.

O ministro disse, no entanto, que o cenário fiscal pode melhorar com questões como a cessão onerosa e as reformas, o que levaria a uma revisão das metas fiscais “muito proximamente.

Em relação à reforma tributária, Guedes disse que quer simplificar e reduzir alíquotas para aumentar a base de pagantes e cortar subsídios. “O objetivo da reforma tributária é que todos paguem para pagar menos”, completou.

Com um projeto de crédito suplementar de R$ 248 bilhões para cumprir a regra de ouro tramitando no Congresso Nacional, o ministro afirmou que o governo pode aperfeiçoar a norma, que proíbe que o Executivo se endivide para pagar receitas correntes “O pedido de crédito suplementar revela a indisciplina do governo”, concluiu.

Privatização de estatais

Guedes disse ainda que houve desvio “enorme” do papel das empresas estatais e defendeu a privatização delas, ponderando que o presidente Jair Bolsonaro tem reticências com algumas. “Houve um desvio terrível. As estatais quebraram. Não foram só os Correios. Quebraram também os Postalis (fundo de pensão dos Correios). Cem mil carteiros estão sem receber suas aposentadorias”, afirmou.

O ministro mencionou a Petrobras e seu fundo de pensão, Petros, e também o Portus, fundo de pensão dos funcionários do Porto de Santos. “É um problema atrás do outro. A conta está chegando. São bilhões chegando.”

Recursos para a Educação

Ele ainda disse que o governo considera redirecionar recursos de multas pagas pela Petrobras por conta da Operação Lava Jato para a educação. Em audiência na CMO, Guedes reforçou que o contingenciamento total no orçamento da educação foi de 3,5%. Das despesas discricionárias, no entanto, foram cortadas cerca de 30%.

Guedes comentou também o projeto de reajuste dos militares, e ressaltou que a contribuição da categoria para a Previdência será maior do que os eventuais aumentos. “Os militares se consideraram deixados pra trás do ponto de vista de carreiras desde a redemocratização. Mas fomos muito claros com militares e com o presidente (Jair Bolsonaro) de que todos têm que colaborar”, completou.

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