Bolsonaro dá posse nesta segunda a presidentes de bancos públicos
O presidente da República, Jair Bolsonaro, dará posse nesta segunda-feira (7) aos presidentes dos maiores bancos públicos do país: Caixa Econômica, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Bolsonaro quer que eles ajudem a reforçar os cofres do governo, vendendo empresas controladas pelos bancos. O futuro presidente da Caixa, Pedro Guimarães…
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O presidente da República, Jair Bolsonaro, dará posse nesta segunda-feira (7) aos presidentes dos maiores bancos públicos do país: Caixa Econômica, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Bolsonaro quer que eles ajudem a reforçar os cofres do governo, vendendo empresas controladas pelos bancos.
O futuro presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse que pretende vender na Bolsa de Valores ações de pelo menos duas subsidiárias, como a Caixa Seguridade, ainda neste ano.
“A Caixa vai focar nos clientes de menor renda, na parte imobiliária que é exatamente sua grande vantagem comparativa”, afirmou.
No Banco do Brasil, quem assumirá o comando da instituição será o economista Rubem Novaes.
A presidência do BNDES ficará com Joaquim Levy, ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff e atualmente ocupando cargo de diretor do Banco Mundial, em Washington.
Reunião ministerial
Na terça-feira (8), Bolsonaro vai fazer a segunda reunião ministerial. A expectativa é de que os ministros devem apresentar o resultado de uma avaliação sobre normas burocráticas que podem ser revogadas para dar mais eficiência ao governo.
A grande expectativa é em relação ao anúncio de medidas para a Previdência. A equipe econômica vai apresentar a proposta final de reforma ao presidente Bolsonaro ainda nesta semana.
Analistas dizem que, depois dos desmentidos da última sexta-feira (4), o governo não pode demorar muito para apresentar medidas concretas para a economia, principalmente em relação à reforma da Previdência, que é a questão mais importante para começar a colocar em dia as contas públicas do país.
Na avaliação do economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central, o governo precisa definir o que pretende para a área.
“Pode ser o do [Michel] Temer. Pode ser outro projeto. Pode ser uma coisa completamente diferente, mas precisa ter uma coisa que é colocada para sociedade, para sociedade entender”, disse.
Segundo ele, é preciso “colocar as cartas na mesa” e deixar claro qual é o programa econômico para os próximos quatro anos. “Na questão previdenciária, na questão de privatização: vai ter Petrobras, não vai ter Petrobras. Vai ser Eletrobrás, não vai ser Eletrobrás. Vai ser parcial, vai ser total”, ponderou.
O ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega avalia que o ministro da Economia, Paulo Guedes, já mostrou que sabe quais são os desafios do país e que o governo deve aproveitar essa fase de “lua de mel”, quando tem forte apoio popular, para aprovar as mudanças nas regras da aposentadoria e frear o crescimento da dívida pública, que já representa quase 80% de tudo o que o país produz.
“Pode ser até que a reforma da Previdência passe sem essa coalizão partidária. Porque, tradicionalmente, o presidente do Brasil tem um período de lua de mel. Nesse período de lua de mel, o Congresso tende a ser mais receptivo a medidas ousadas e o presidente pode usar a legitimidade que ele obteve nas urnas, o apoio popular, a sua popularidade, a expectativa da sociedade com seu governo, para obter aprovação da reforma da Previdência”, afirmou.
Ele pondera, no entanto, que a reforma “não é tudo”. “A volta do crescimento do país pressupõe a recuperação da produtividade que está estagnada há mais de 20 anos e isso pressupõe uma reforma tributária profunda”, avaliou.
Ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco considera que a proposta de reforma deve ser apresentada em fevereiro, quando os novos deputados e senadores tomam posse.
“O modo de apresentar a reforma da Previdência vai ser decisivo para a sua aceitação, seja no Congresso, seja aos olhos da opinião pública”, avalia.
Para ele, trata-se de uma questão de organizar e apresentar ao Congresso “com um embrulho que ajude a opinião pública” a perceber que isso é para o bem do país. “Como muitas reformas que nós fizemos no passado, até mesmo em combate a inflação”, afirma.
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