Moro diz que movimentações em conta de ex-assessor de filho de Bolsonaro precisam ser esclarecidas

Reuters O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou nesta segunda-feira que, apesar de não querer opinar sobre um caso “concreto”, os fatos envolvendo as movimentações atípicas em conta de um ex-assessor do senador eleito e filho do presidente eleito, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), precisam ser esclarecidas. Moro disse que o presidente Jair […]

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O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou nesta segunda-feira que, apesar de não querer opinar sobre um caso “concreto”, os fatos envolvendo as movimentações atípicas em conta de um ex-assessor do senador eleito e filho do presidente eleito, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), precisam ser esclarecidas.

Moro disse que o presidente Jair Bolsonaro já deu suas explicações e agora cabe aos demais envolvidos prestarem esclarecimentos.

“Eu na verdade fui nomeado para ser ministro da Justiça. Não cabe a mim dar explicações sobre isso. Acho que existia no passado o ministro da Justiça opinando sobre esses casos concretos, é inapropriado”, disse Moro a jornalistas no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, onde a equipe de transição tem trabalhado.

“Então, esses fatos têm que ser esclarecidos, o presidente já apresentou alguns esclarecimentos, tem pessoas que precisam apresentar os seus esclarecimentos. E os fatos, se não forem esclarecidos, têm que ser apurados. Mas assim, eu não tenho como eu ficar assumindo esse papel”, acrescentou.

“As pessoas que têm que prestar os esclarecimentos. O presidente já prestou os dele, ou se não os fatos têm que ser apurados.”

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentação atípica de 1,2 milhão de reais na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro. Segundo reportagens, Queiroz teria também feito um depósito de 24 mil reais para a futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

O presidente eleito disse que conhece Queiroz desde 1984 e tem uma amizade próxima.

“Eu já o socorri financeiramente em outras oportunidades. Nessa última agora houve um acúmulo de dívida e ele resolveu me pagar… em 10 cheques de 4 mil reais”, disse Bolsonaro no sábado. “Tenho dificuldade para ir em banco e deixei para minha esposa.”

“Lamento o constrangimento que ele está passando, mas ninguém dá dinheiro sujo com cheque nominal. Espero que ele se explique… foi normal e natural”, acrescentou o presidente eleito.

Jair Bolsonaro destacou que movimentação atípica não é sinônimo de crime e que seu filho Flávio não foi alvo da operação que teve como origem um pente fino do Coaf.

“Se errei (em não ter declarado o dinheiro recebido de Queiroz), eu arco com minha responsabilidade junto ao fisco”, disse.

FORTALECIMENTO

Nesta segunda, Moro reforçou sua expectativa de fortalecer o Coaf com a transferência ao Ministério da Justiça. Segundo o futuro ministro, o órgão considerado estratégico “sofreu com redução do quadro funcional por questões circunstanciais”.

“Embora esteja em boas mãos, ele sofreu uma certa de desidratação, por falta até de recursos humanos, de pessoal. Na nossa perspectiva, ele vindo ao Ministério da Justiça, haverá possibilidade de reforçar o corpo funcional, com o que se espera que haja maior eficiência”, disse a jornalistas.

“Além disso, há a intenção de deixá-lo trabalhando mais próximo dessas operações de investigações, para que possa prestar auxílio mais próximo.”

Para chefiar o Coaf no futuro governo, Moro escolheu Roberto Leonel de Oliveira Lima, que era chefe da área de investigação da Receita Federal em Curitiba.

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