O delegado-geral da Polícia Federal (PF), Rogério Galloro, afirmou, hoje (21), que o italiano será localizado em breve. Mesmo que tenha deixado o território brasileiro.

“Acredito sim que ele vai ser encontrado. Não sei se em território brasileiro, mas ele será encontrado”, declarou Galloro ao participar, esta manhã, em , da divulgação do balanço das realizações do Ministério da Segurança Pública.

Questionado sobre a situação do italiano cujo nome já foi incluído na lista de foragidos internacionais da Interpol, Galloro destacou que, até o último dia 13, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux autorizou que Battisti fosse detido, a PF não podia “sequer dispender recursos da União” para vigiá-lo, já que “nada pesava contra” o italiano.

Um dia após a decisão ministerial, o presidente da República, Michel Temer autorizou a extradição de Battisti, mas seu paradeiro já era desconhecido. Considerando a hipótese do italiano ter deixado o país, as autoridades solicitaram o apoio internacional para tentar localizá-lo e prendê-lo.

“Os protocolos de busca para fugitivos internacionais foram todos acionados. Já acionamos a diversas policias internacionais, inclusive a Interpol. Temos algumas pistas cujos detalhes, obviamente, não posso adiantar”, comentou Galloro, revelando que mais de 32 operações já foram realizadas para tentar localizar o fugitivo. “A PF já prendeu Cesare Battiti três vezes. Todas as vezes ele foi liberado”, lamentou o delegado federal.

Para Galloro, o fato de Battisti ter um filho brasileiro não será impeditivo para que ele seja extraditado para a Itália após ser localizado. “Isso já foi levado em consideração durante o julgamento dele e a Justiça possibilitou e o presidente da República decretou a extradição dele. Pela primeira vez, então, o Cesare Battisti tem, no Brasil, um decreto de extradição contra ele.”

Em 1988, Battisti foi condenado na Itália por quatro homicídios cometidos quando integrava o grupo Proletariados Armados pelo Comunismo. Ele chegou ao Brasil em 2004, onde foi preso três anos depois.

Battisti foi solto da Penitenciária da Papuda, em Brasília, em 9 de junho 2011. Ele voltou a ser preso em outubro do ano passado na cidade de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, perto da fronteira do Brasil com a Bolívia. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele tentou sair do país ilegalmente com cerca de R$ 25 mil em moeda estrangeira. Após a prisão, Battisti teve a detenção substituída por medidas cautelares.

Com a decisão de Temer, a Itália consegue algo que vinha pedindo ao governo brasileiro há oito anos. O governo italiano pediu a extradição de Battisti, aceita pelo STF. Contudo, no último dia de seu mandato, em dezembro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que Battisti poderia ficar no Brasil, e o ato foi confirmado pelo Supremo.