Empresário confirma pagamento a deputados em interrogatório

O empresário Jacob Barata Filho, principal dono das empresas de ônibus do Rio de Janeiro, confirmou nesta sexta-feira (24) que as firmas do setor mantinham um caixa paralelo para pagar agentes públicos. Conhecido como “Rei do ônibus”, Barata Filho confirmou o pagamento aos deputados Jorge Picciani e Paulo Melo, ambos do MDB e ex-presidentes da […]

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O empresário Jacob Barata Filho, principal dono das empresas de ônibus do Rio de Janeiro, confirmou nesta sexta-feira (24) que as firmas do setor mantinham um caixa paralelo para pagar agentes públicos.

Conhecido como “Rei do ônibus”, Barata Filho confirmou o pagamento aos deputados Jorge Picciani e Paulo Melo, ambos do MDB e ex-presidentes da Assembleia Legislativa, e a outros agentes públicos, sem nomear os demais.

Ele disse ainda que as empresas do setor disponibilizavam cerca de R$ 6 milhões por mês para fazer frente aos pagamentos ilegais ao longo do tempo.

O empresário foi interrogado na ação penal sobre a Operação Cadeia Velha, que prendeu os dois deputados e Edson Albertassi (MDB), sobre o qual Barata disse não ter informações. Ele não firmou delação premiada com o Ministério Público Federal.

Ele é réu em outras duas ações, envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral (MDB).

Barata Filho confessou o pagamento dos agentes públicos mas afirmou que não era capaz de dizer se tratavam-se de contribuição eleitoral irregular ou propina. Segundo o acusado, o responsável por controlar o caixa dois das empresas era o empresário José Carlos Lavouras, foragido em Portugal.

“Ela começou como contribuição de campanha e depois evoluiu para outras contribuições. Não posso detalhar porque não era eu que fazia esse trato com o agente público”, disse ele ao juiz Marcelo Bretas.

Barata Filho e outros empresários do setor são acusados de pagar R$ 500 milhões a agentes públicos por meio do caixa dois da Fetranspor (federação das empresas de ônibus do estado do RJ).

Ele foi preso há um ano na Operação Ponto Final e solto por habeas corpus do ministro Gilmar Mendes, do STF.

Em interrogatório no TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2° Região), os três deputados negaram ter recebido recursos ilegais das empresas de ônibus.

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