Operação Águas Claras investiga fraudes em repassasses de recursos públicos

A prendeu cinco pessoas nesta quinta-feira (6) na Operação Águas Claras, que investiga um esquema de fraude com recursos públicos repassados à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) para o desenvolvimento esportivo, que pode ter desviado até 40 milhões de reais.

Além dos cinco mandados de prisão, foram cumpridos ainda quatro mandados de condução coercitiva e 16 de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo. O presidente da CBDA, Coaracy Nunes, foi preso.

A operação foi deflagrada após denúncias de atletas, ex-atletas e empresários do ramo esportivo brasileiro, de acordo com nota oficial da Polícia Federal.

“Há indícios de um esquema de desvios de recursos públicos captados por meio de convênios e leis de fomento ao esporte, sem a devida aplicação, conforme previsto em lei e nos contratos assinados”, afirmou a Polícia Federal.

Segundo o inquérito policial, os valores eram “mal geridos ou desviados para proveito pessoal dos investigados”, acrescentou a PF, esclarecendo que, apesar de a CBDA ser uma entidade privada, a confederação recebe recursos públicos federais, portanto está submetida à Lei de Licitações e seus agentes são considerados funcionários públicos para efeitos penais.

Em setembro do ano passado, o Ministério Público Federal já havia apresentado à Justiça uma ação contra dirigentes da CBDA, incluindo o presidente Coaracy Nunes Filho, que dirige a confederação desde 1988, por suspeita de fraude em licitação para a compra de itens esportivos.

Responsável por cinco modalidades olímpicas (natação, polo aquático, saltos ornamentais, nado sincronizado e maratona aquática), a CBDA conquistou apenas uma medalha nos Jogos do Rio, um bronze com a nadadora Poliana Okimoto na maratona aquática.

Carro-chefe da confederação, a natação ficou sem medalhas em uma Olimpíada pela primeira vez desde os Jogos de Atenas 2004.