Procurador diz que grupo JBS praticou crimes junto ao

O procurador do MPF (Ministério Público Federal), Ivan Marx, responsável pela Operação Bullish, que mira negócios da JBS com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) afirmou que pretende apresentar uma denúncia contra o empresário , dono do grupo JBS, por delitos escondidos da delação premiada assinada com o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot.

Segundo Marx, Joesley teria praticado crimes no BNDES que prejudicaram o erário. Apesar do empresário ter obtido imunidade após fechar acordo de delação com a PGR (Procuradoria-Geral da República), o procurador pretende cobrar R$ 1 bilhão a mais do grupo J&F, holding que controla a JBS, como multa pelos prejuízos.

“A Bullish apontou mais de R$ 1 bilhão de problemas em contratos. OS executivos vão lá, fazem uma delação, conseguem imunidade e agora não querem responder à investigação”, disse Ivan Marx em entrevista ao jornal Estadão.

A J&F foi beneficiada com R$ 10,63 bilhões de aportes do BNDES, entre 2005 e 2014, se tornando líder mundial no ramo da proteína animal. Executivos do grupo afirmam que as operações junto ao banco foram facilitadas pelo ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega.MPF vai cobrar R$ 1 bilhão de dono da JBS por ocultar crimes em delação

Segundo Marx, os crimes praticados pela JBS estão “muito bem detalhados” pela operação, e planeja processar tanto os gestores do BNDES quando o grupo frigorífico. “O BNDES não fez isso sozinho. Foi sempre por demanda deles [JBS]”, afirmou o procurador.

As delações da JBS e seus executivos deram origem à denúncia de corrupção passiva apresentada pela PGR contra o presidente Michel Temer (PMDB), que foi arquivada na Câmara dos Deputados. Janot, entretanto, pretende apresentar mais uma denúncia contra o presidente com base na delação, de obstrução da Justiça e organização criminosa.

Outro lado

“A J&F esclarece que no acordo firmado com Procuradoria Geral da República, os colaboradores da J&F firmaram um compromisso com a verdade. Os colaboradores já apresentaram grande número de informações e provas à PGR e em atendimento aos demais ofícios do MP, que estão sendo tratados dentro dos trâmites legais. Os colaboradores continuam à disposição para cooperar com a Justiça.”