Ministro da Defesa autoriza cerco do Exército à favela da Rocinha

Onda de violência castiga cariocas

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Onda de violência castiga cariocas

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta sexta-feira (22) à GloboNews que autorizou o Exército a fazer um cerco à favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Segundo Jungmann, ainda não há decisão sobre a entrada de militares na comunidade.

Na manhã desta sexta, o ministro da Defesa se reuniu por cerca de uma hora e meia, em Brasília, com a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para tratar da crise de segurança pública no Rio de Janeiro.

Segundo a assessoria da Procuradoria Geral da República, Jungmann propôs a criação de uma força-tarefa com integrantes de vários órgãos para lidar com a criminalidade no estado. Ainda de acordo com relatos da assessoria da PGR, Raquel Dodge pediu que o ministro da Defesa formalizasse uma proposta, com a indicação do papel de cada órgão na força-tarefa.

Depois do encontro com a procuradora, Jungmann se dirigiu ao Palácio do Planalto para uma reunião com o presidente Michel Temer.

O governador fluminense Luiz Fernando Pezão e o secretário de Segurança Pública do estado, Roberto Sá, pediram nesta sexta ao Ministério da Defesa para que as Forças Armadas fossem enviadas à comunidade localizada na Zona Sul do Rio.

Roberto Sá afirmou que, desde o último domingo 17, quando a Rocinha foi invadida por criminosos ligados ao traficante Nem, as polícias civil e militar monitoram a situação na comunidade. Ele afirmou que somente nesta sexta-feira foi identificada a necessidade das Forças Armadas auxiliarem as polícias do estado por lá.

“Hoje, em razão do Batalhão de Choque ter tido um contato com grupos armados e isso ter gerado um confronto, houve uma instabilidade porque essa proximidade foi de tal forma que houve uma reação de pessoas ligadas aos criminosos da comunidade ali próximo ao asfalto”, disse o secretário.

O secretário destacou que o objetivo do auxílio militar é “liberar nossos policiais para aumentarmos a visibilidade, o monitoramento e o patrulhamento de outras áreas”.

O comandante da 1ª Divisão do Comando Militar do Leste, Mauro Sinott, reforçou a afirmativa de que o Exército vai apenas auxiliar as polícias e que o trabalho das tropas terá início ainda nesta tarde.

“Vamos auxiliar no cerco da região, no controle de trânsito e no controle do espaço aéreo a fim de liberar os contingentes da polícia para ações mais específicas de polícia”.

Ainda segundo o secretário Roberto Sá, a avaliação do governo era de que a situação na Rocinha estava em “aparente tranquilidade”, já que havia empenho de policiais militares e civis no policiamento da comunidade.

“Hoje nós avaliamos que a situação exigia escalar os recursos. Na nossa visão havia estabilidade”, ressaltou o secretário.

Ele enfatizou, também, que o uso das Forças Armadas nesta operação é pontual. “Não vamos empenhar todos os recursos o tempo todo. Isso é doutrina mundial. É uma cidade, um estado, que como outros no brasil tem episódios de violência”, disse.

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