Caso Pesseghini: imagens manipuladas poderiam reabrir investigação

Família vai recorrer à comissão internacional

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Família vai recorrer à comissão internacional

Os pais de Luís Marcelo Pesseghini vão recorrer à Comissão Internacional Interamericana de Direito Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) para tentar provar que o neto Marcelo não matou o pai, a mãe, a avó materna e a tia-avó no dia 5 de agosto de 2013. O caso foi arquivado após a polícia concluir que quem matou a família e depois se suicidou foi o garoto de 13 anos. A decisão de buscar apoio internacional se deve ao fato de já se saber que o pedido de federalização do processo à Procuradoria Geral da República (PGR) será negado, mesmo com novos elementos para reabrir a investigação.

O principal deles é um laudo feito pelo perito norte-americano Mark Andrews, da Law Enforcement and Emergency Services Video Association, segundo o qual as imagens da câmera de segurança que mostram Marcelo saindo do carro da mãe e indo à escola foram manipuladas. De acordo com o laudo, ao qual ISTOÉ teve acesso na íntegra, faltam trechos no período marcado em 6:24:41. Além disso, o relógio pula de 6:24:41 para 6:24:43. À época, o vídeo não foi periciado.

A polícia fez apenas um reconhecimento fotográfico e concluiu que era Marcelinho, mesmo a imagem tendo uma qualidade duvidosa. Um vulto que aparece ao lado do garoto foi totalmente ignorado. Este, inclusive, foi o motivo que levou a advogada dos avós, Roselle Soglio, a procurar por um perito nos Estados Unidos para analisar os cinco minutos gravados. “Já se passaram quatro anos, fica muito difícil encontrar realmente quem é ou são os autores do crime, mas a família quer que Marcelinho seja considerado inocente. Ele também é vítima”, diz Roselle sobre os avós do garoto.

Segundo o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Marcelo Pesseghini, 13 anos, primeiro matou o pai, o sargento da ROTA Luís Marcelo Pesseghini, 40 anos, que estava dormindo. O policial recebeu um tiro no lado esquerdo da nuca. Depois, Marcelinho teria matado a mãe, a cabo Andréia Regina, 36 anos, também com um tiro na nuca. Ela foi encontrada ajoelhada.

Em seguida, Marcelo foi até outra residência que ficava no mesmo terreno, no bairro Brasilândia, em São Paulo, e assassinou a avó materna, Benedita, 67 anos, e a irmã dela, Bernadete, 55 anos. Após matar os parentes, ele saiu do local dirigindo o carro da mãe até a escola, dormiu no veículo e saiu na manhã seguinte para assistir as aulas. Marcelo voltou para casa de carona com o pai de um colega. Depois, se matou. A arma utilizada nos crimes foi uma pistola calibre 40 da mãe do estudante. Um laudo psiquiátrico feito por um perito contratado pela polícia concluiu que Marcelo sofria de encefalopatia hipóxica (falta de oxigenação no cérebro), que o fez ter um “delírio encapsulado”.

De acordo com o laudo, o garoto também foi influenciado por games violentos. Como para a investigação o responsável pelas mortes se matou em seguida, o caso foi dado como encerrado.

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