Torcedoras do Atlético-MG criticam machismo em lançamento de camisa do clube
Repúdio a atitudes chamadas de machistas
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Repúdio a atitudes chamadas de machistas
O lançamento da nova linha de uniformes de um clube pode expor o machismo que persiste no futebol? Para um grupo de torcedoras do Atlético Mineiro, sim. Tanto que na madrugada de hoje (16), elas resolveram expressar sua indignação e soltaram uma nota de repúdio condenando o tratamento de mulheres de “maneira objetificada e apelativa, em um evento de finalidade esportiva”. Elas também afirmam que “o clube se mostra excludente com as mulheres torcedoras – e consumidoras – e passivo em relação a atitudes machistas dentro e fora do estádio”.
Na noite dessa segunda-feira (15), o Atlético realizou, em Belo Horizonte, o lançamento oficial de suas novas camisas, desenvolvidas pela empresa DryWorld. O evento contou com a presença de modelos mulheres, homens e crianças, contratados para promover a nova linha esportiva do time. O que gerou revolta das 21 atleticanas que assinaram o texto foi que apenas as mulheres desfilaram em trajes de banho e roupas íntimas, “tratadas como peça de enfeite de estádio, encomendadas para agradar o público masculino”, na avaliação das torcedoras.
O desfile acabou sendo o estopim para uma série de questionamentos das alvinegras, que vão desde a disponibilidade e variedade de produtos da linha feminina em lojas oficiais até a representatividade feminina na cúpula do clube. As autoras da nota de repúdio afirmam que as mulheres, “como consumidoras, sentem-se muitas vezes ignoradas pela diretoria do Atlético” e cobram um pedido de desculpas, além de ações afirmativas, como a inclusão de mais mulheres nos departamentos do clube.
Para uma das signatárias do texto Roberta Oliveira, a carta, postada em um blog de torcedores, foi uma reação à postura do clube, “que deixa sempre a desejar na questão do relacionamento com as mulheres torcedoras”. Para Roberta, a insatisfação com as ações de clubes é antiga e o evento desencadeou a resposta. “Se elas [modelos] tivessem utilizando o uniforme do clube no desfile, a reação seria diferente. O clube não desenvolve produtos femininos para serem comercializados”.
A Torcida Galo Marx também manifestou-se contra a atitude do Galo. Em nota, o grupo de torcedores afirma que “os corpos das mulheres atleticanas, representados nas modelos que trajavam as camisas ditas femininas e calcinhas, não são mercadorias, objetos de consumo ou parte do espetáculo grotesco que visa reafirmar o futebol como espaço masculino”. Luara Ramos, membro da torcida, afirma que a luta do grupo é pela democratização do futebol, que também inclui a igualdade de gênero.
NOTA DE REPÚDIO AO DESFILE DE APRESENTAÇÃO DO NOVO UNIFORME DO CLUBE ATLÉTICO MINEIRO.A objetificação das mulheres não…
Publicado por Galo Marx em Segunda, 15 de fevereiro de 2016
As torcedoras reclamam do machismo presente no universo do futebol. “Eles acham que a mulher não tem o direito de gostar do futebol”, afirma Roberta Oliveira. Ela diz que nos estádios, as mulheres estão expostas a todo tipo de agressão, sexual e física, e que isto afasta as torcedoras dos clubes. Para Luara, o futebol é reflexo da sociedade machista. “Defendemos que as torcedoras tenham mais espaço dentro do próprio clube, para se sentirem mais representadas.”
Procurado pelo Portal EBC, a assessoria de imprensa do Atlético Mineiro disse não ver razão para a polêmica e que nenhum dirigente daria entrevista. A assessoria apenas reproduziu uma fala do diretor de comunicação do clube, Domênico Bhering, para outros veículos de comunicação. “O Atlético respeita o direito democrático das pessoas de discordarem, mas isso não significa que temos que concordar com as críticas. Não iremos responder a isso. Não houve excesso nem atitude machista. Mas reforçamos o direito de críticas e elogios. Há quinze anos agimos dessa forma, e essa foi a festa mais elogiada. Não há porque mudar algo que vem dando certo há esse tempo”, concluiu o diretor.
Novas polêmicas
Nesta terça, circularam nas redes sociais imagens de etiquetas de uma peça produzida pela Dry World para o Atlético Mineiro que continha na indicação de lavagem a seguinte instrução em inglês “give it to your wife”, que significaria “entregue para sua esposa [lavar]”. A menção também foi repudiada pelos torcedores na internet por a considerarem machista.
Em nota, a empresa pediu desculpas aos torcedores e afirmou que a peça não havia sido aprovada pela empresa e foi distribuída erroneamente e que “precauções foram tomadas para evitar que este tipo erro aconteça novamente”.
A DRYWORLD Industries pede sinceras desculpas pela etiqueta das camisas promocionais distribuídas no evento de lanç…
Publicado por DRYWORLD Industries em Terça, 16 de fevereiro de 2016
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