Relatório aponta Brasil como líder em mortes de ambientalistas e cita MS
Casos de indígenas mortos foram citados
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Casos de indígenas mortos foram citados
O Brasil é o país com maior número de mortes de ambientalistas no mundo, de acordo com um relatório publicado pela ONG Global Witness, de cada 185 ativistas de causas ambientais vítimas de homicídio, 50 estão no País. O relatório cita os ataques contra indígenas em Mato Grosso do Sul.
Billy Kyte, representante da Global Witness, afirma à rede norte-americana de TV Fusion que a maioria dos ataques vem de grupos formados por latifundiários. “Suspeitamos que no Brasil, os perpetradores da violência são uma mistura de crime organizado – particularmente ligado a ações ilegais – e companhias de agricultura de larga escala. Sabemos disso porque muitos ativistas receberam ameaças desses atores, antes de serem assassinados”, diz.
Mato Grosso do Sul
O relatório da ONG aponta que, em 2015, cerca de 40% dos assassinados era parte de grupos indígenas. É citado o caso do guarani-kaiowá Simeão Vilhalva, 24, que foi morto em agosto do ano passado na Terra Indígena Ñanderu Marangatu. O local, homologado em 2005 pelo governo federal, teve o decreto suspenso. Os moradores ainda aguardam decisão do STF (supremo Tribunal Federal).
No balanço do ano de 2014, Dourados lidera o ranking de assassinatos de lideranças indígenas com 40%, seguida de Amambai, com 34%. A maioria das vítimas pertence à etnia guarani-kaiowá, mas também há membros de comunidades guarani-ñandeva, guarani-chiripá, terena e kadiwéu.
O caso mais recente foi em Caarapó, em terra reivindicada pelos kaiowá, onde um ataque contra o local ocupado por indígenas resultou na morte do agente de saúde Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, 26, além de cinco internações, incluindo de uma criança de 12 anos.
Na semana passada, 12 pessoas foram denunciadas pelo MPF (Ministério Público Federal) por milícia privada que agia contra índios no Estado. Em entrevista ao Jornal Midiamax publicada na mesma semana, o antropólogo Jorge Eremites de Oliveira atribuiu as mortes ao que chama de ‘agrobanditismo’, ou seja, a ação de grupos criminosos ligados a latifundiários.
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