Estudo revela que mais de 1/3 dos rios brasileiros tem qualidade de água ruim
Estudo tem como base legislação do Conselho Nacional do Meio Ambiente
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Estudo tem como base legislação do Conselho Nacional do Meio Ambiente
O mais abrangente levantamento feito até hoje sobre a medição da qualidade da água de 183 rios, córregos e lagos em 11 Estados brasileiros e no Distrito Federal revela que 36,3% dos pontos de coleta analisados apresentam qualidade ruim ou péssima. O estudo foi coordenado pela Fundação SOS Mata Atlântica.
De acordo com o estudo, apenas 13 pontos foram avaliados com qualidade de água boa (4,5%) e outros 59,2% estão em situação regular, o que significa um estado de alerta. Nenhum dos pontos analisados foi avaliado como ótimo.
Os dados divulgados neste Dia Mundial da Água foram coletados entre março de 2015 e fevereiro de 2016, em 289 pontos de coleta distribuídos em 76 municípios. A lista completa de rios e pontos avaliados está disponível no link http://bit.ly/agua2016.
No Estado de São Paulo, de um total de 212 pontos de coleta analisados em 124 rios, 41,5% estão sem condições de usos múltiplos, por exemplo, para o abastecimento humano, lazer, pesca, produção de alimentos, dessedentação de animais, manutenção ecossistêmica, abastecimento público com geração de energia e drenagem, por apresentarem qualidade de água ruim ou péssima; apenas 6,1% apresentaram qualidade de água boa; e 52,4% apresentaram índices regulares, em estado de alerta.
Neste ano, a cidade de São Paulo perdeu dois pontos que, até 2015, apresentavam qualidade de água boa, localizados em áreas de manancial no Parque dos Búfalos (Represa Billings) e em Parelheiros (Represas Billings/Guarapiranga). A queda nos indicadores está relacionada à pressão por novas ocupações e mudanças nos usos do solo nas áreas de mananciais.
Já o Estado do Rio de Janeiro não apresenta nenhum ponto com qualidade de água boa entre os 27 rios avaliados. Dos 30 pontos medidos, 22 (73,3%) estão em situação de alerta com condições regulares – deste total, 16 estão na cidade do Rio de Janeiro.
“Esses indicadores reforçam a importância da campanha Saneamento Já, que tem como objetivo engajar a sociedade em uma petição pela universalização do saneamento e por água limpa nos rios e praias brasileiras, e que é também tema da Campanha da Fraternidade 2016. O Plano Nacional de Saneamento Básico postergou a universalização do saneamento no país para 2033, sendo que antes o prazo era até 2020 – em virtude da falta de investimentos no tratamento de esgoto e para acabar com os lixões nos municípios. Isso resulta na precária condição de saneamento ambiental das bacias analisadas, com agravamento dos indicadores de saúde pública e o aumento das doenças de veiculação hídrica”, alerta Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica.
Os outros 32 rios analisados estão localizados no Distrito Federal e nos Estados de Alagoas, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Paraíba, Pernambucos, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Metodologia
As coletas para o levantamento, que têm como base a legislação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama 357/2005), são realizadas com o uso de um kit de análise, que possibilita medir o IQA – Índice de Qualidade da Água, com base na metodologia desenvolvida pela SOS Mata Atlântica.
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