Vice-presidente do Senado diz que condução do processo da lista de Janot é um ‘vexame’

Viana disse que não existe sigilo “há meses”

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Viana disse que não existe sigilo “há meses”

Irmão do governador do Acre, Tião Viana (PT), o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), cobrou do Supremo Tribunal Federal e do Ministério Público transparência na lista dos citados na Operação Lava-Jato e chamou de “vexame” o processo até agora, criticando o vazamento seletivo de nomes envolvidos nas denúncias de corrupção na Petrobras. Viana disse que não existe sigilo “há meses”, alegando que os vazamentos estão ocorrendo de forma seletiva e que acaba condenando previamente alguns e inocentando outros. Ele disse que o irmão não foi informado de nada. Apesar disso, nesta quinta-feira, a Procuradoria Geral da República (PGR) decidiu que vai pedir abertura de inquéritos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra Tião Viana.

O entendimento é de que há elementos suficientes para os pedidos das investigações – os procuradores envolvidos descartam solicitar o arquivamento das citações. A avaliação dos procuradores é a mesma envolvendo o caso do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão.

Como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que criticou o fato de não ter sido ouvido pelo Ministério Público, o senador petista disse que, neste caso, a Procuradoria Geral da República não atuou como nos casos anteriores, quando os citados eram, pelo menos, avisados de sua situação.

— A condução desse processo até agora foi um vexame. É uma lista fantasma. O Supremo não tem que quebrar o sigilo, porque o sigilo já foi quebrado há meses. Há um joguete de nomes que é inaceitável. É uma hipocrisia o que o Brasil está vivendo em um dos casos mais graves (de corrupção). O Estado de Direito do Brasil está ameaçado hoje. O Supremo e o procurador-geral (Rodrigo Janot) têm que dar transparência, tem que assumir o controle do processo para dar transparência aos fatos — disse Jorge Viana.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) disse que eventuais integrantes do PP que estejam na lista devem ser julgados com rigor. Mas ponderou que é preciso ter “cautela”, já que abertura de inquérito é uma fase inicial de investigação.

— A mesma régua que aplicamos aos nossos adversários é a mesma régua que deve ser aplicada aos nossos correligionários. Mas não podemos fazer um linchamento moral, é preciso rapidez nas investigações. A prudência é necessária — disse Ana Amélia.

 

 

 

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