Secretário apoia iniciativa de Cunha de endurecer penas para menores reincidentes

Beltrame também defendeu a criação de força-tarefa para combater o tráfico de armas

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Beltrame também defendeu a criação de força-tarefa para combater o tráfico de armas

O secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse hoje (10) ser favorável à iniciativa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de colocar em votação um pacote de medidas endurecendo penas para menores reincidentes ou que praticarem crimes hediondos, a maiores que levarem menores ao cometimento de crimes e a matadores de policiais.

“Eu acho que essas medidas iniciam um processo, e há mais medidas a serem tomadas. Há todo um projeto nosso que abarca essas medidas, e há também uma série de outras iniciativas de São Paulo e também do Colégio Nacional de Secretários [de Segurança]. Mas acho que essas três, eu tenho certeza, nos ajudarão muito”, disse Beltrame, após palestra na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), por ocasião do encontro mensal do Fórum Empresarial de Defesa e Segurança.

Cunha anunciou ontem (9), em encontro com empresários na Associação Comercial do Rio de Janeiro, que colocará em votação um pacote de medidas sugeridas pelo governo de São Paulo. Os projetos também preveem aumento de penas a quadrilhas que explodem caixas eletrônicos e a quem for flagrado portando armamento pesado, como fuzis e metralhadoras.

Beltrame também defendeu a criação de força-tarefa para combater o tráfico de armas, segundo ele, “o atual inimigo público número um do país”, mais do que o tráfico de drogas. O grupo começará a trabalhar no próximo dia 23, envolvendo policiais civis, militares e federais, que reforçarão o controle nas divisas do estado.

“As pessoas já estão selecionadas. Estão indo a Brasília, possivelmente na semana que vem, para fazer nivelamento de uma semana, e no retorno a gente pretende iniciar os trabalhos”, adiantou. Segundo o secretário, uma das dificuldades encontradas é rastrear o armamento apreendido, pois os fabricantes se recusam a fornecer informações sobre o comprador.

Beltrame defendeu que a Segurança Pública não pode ser tarefa unicamente das polícias. Precisa envolver também o apoio de toda a sociedade, das várias secretarias de governo e, inclusive, do meio empresarial.

“Nós temos um erro muito grande no Brasil, que limitou a Segurança Pública à polícia. Esta é uma miopia. É o que está levando o país a esses níveis praticamente insustentáveis de Segurança Pública, porque a polícia é [só] um elo dessa corrente. A Segurança Pública começa na fronteira”, frisou Beltrame, que também mencionou responsabilidades na questão aos sistemas Judiciário e penitenciário. Além disso, defendeu que as crianças e adolescentes só vão para o crime porque faltam estrutura familiar e do sistema de educação, que não os acolhe como deveriam.

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