PF investiga superfaturamento na construção da Arena Pernambuco

Estádio foi construído pela Odebrecht

Uma operação chamada Fair Play (jogo limpo) investiga a denúncia de superfaturamento na construção da Arena Pernambuco, um dos 12 estádios usados na Copa do Mundo. Os agentes fizeram buscas na sede da Odebrecht, que construiu o estádio, e em quatro escritórios da empresa.

As investigações começaram em julho do ano passado. Um crime já foi confirmado. Segundo a Polícia Federal, houve fraude na concorrência internacional para a construção da Arena Pernambuco. Outro crime está sendo investigado: segundo a operação Fair Play, há fortes indícios de superfaturamento na obra, num total de R$ 42.825.000, quantia que se reajustada pode chegar a R$ 70 milhões.

Nesta sexta-feira (14), na chamada fase ostensiva da operação Fair Play, os policiais recolheram documentos e computadores nos escritórios da Odebrecht no Recife, em Brasília, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo e na sede da empresa no Rio de Janeiro. A PF também esteve nas casas de dois sócios em Pernambuco e na Bahia. Dez mandados de busca e apreensão foram cumpridos.

Segundo a Polícia Federal, a construtora Odebrecht foi beneficiada porque não houve concorrência. “O que é projetado, ou seja, já é uma previsão de superfaturamento nessa ordem que foi dita. Será agora no sentido de constatar o superfaturamento, seja ele por quantidade, por qualidade ou por sobrepreço, enfim, pelas modalidades de superfaturamento que existem”, afirma Felipe Barros Leal, delegado da Polícia Federal.

Em nota, a assessoria de imprensa da Odebrecht disse que a construtora tem convicção da plena regularidade e legalidade do referido projeto. A nota diz que a construtora e seus executivos estão à disposição das autoridades para apresentar esclarecimentos e documentos.

A construtora Odebrecht é uma das investigadas na operação Lava Jato. O governo de Pernambuco ainda não se pronunciou.