Oposição promete travar pauta na Câmara até STF decidir sobre impeachment
Decisão tem apoio do PPS e PSDB
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Decisão tem apoio do PPS e PSDB
Líder do DEM na Câmara, o deputado Mendonça Filho (PE) anunciou hoje (9) que os principais partidos de oposição ao governo Dilma Rousseff decidiram obstruir as votações de projetos na Casa até que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue em definitivo a decisão liminar do ministro Edson Fachin que suspendeu o processo de impeachment contra a presidente.
Segundo Mendonça Filho, a decisão conta com apoio de deputados do PPS e do PSDB. “O Brasil não pode ficar paralisado diante de uma guerrilha jurídica. Se o governo tem suas razões que as exponha na comissão do impeachment e, em seguida, no plenário”, afirmou o líder do Democratas
Líder do governo, José Guimarães (PT-CE) informou há pouco que vai procurar partidos de oposição para tentar evitar obstruções das votações previstas para o plenário. A missão, transmitida pelo ministro Ricardo Berzoini, numa reunião de avaliação política na manhã desta quarta-feira, é barrar o movimento anunciado pelo DEM. “Temos matérias importantes para votar. Não é razoável que o Congresso Nacional fique paralisado. Estamos aqui para votar e não para brincar”, disse Guimarães.
A decisão do ministro Luiz Edson Fachin, do STF, de suspender a instalação da comissão especial formada na Câmara dos Deputados para analisar o processo de impeachment gerou insatisfação entre oposicionistas, que anteciparam um recurso para impedir a anulação do processo e da eleição de ontem (8).
“Decisão de corte superior se cumpre. Esse episódio estabiliza o caos. É uma vitória da democracia, dos ritos e dos ritmos de uma questão tão importante. Ninguém está acima da lei maior do país”, rebateu o líder petista.
Na lista de expectativas do governo para além da Câmara estão as votações da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA), que dependem de uma sessão do Congresso Nacional.
José Guimarães afirmou que o ministro Berzoini se comprometeu a dialogar com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), responsável por decidir dia e horário da sessão.
No mesmo tom, Guimarães ainda lembrou que há uma reunião do Conselho de Ética que, pela sexta vez, tenta votar o processo de continuidade das investigações contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado de manter contas secretas no exterior e receber propina para viabilizar negócios da Petrobras.
“É fundamental que o conselho conclua a votação”, completou o líder do PT.
osé Guimarães evitou comentar sobre a movimentação de parlamentares do PMDB, insatisfeitos com o governo, que reuniram número de assinaturas suficientes – 35 – para substituir Leonardo Picciani (RJ) da liderança do partido na Câmara por Leonardo Quintão (MG).
Picciani é aliado do Palácio do Planalto e acusado pelo grupo de descumprir um acordo com a bancada na indicação de nomes peemedebistas que comporiam a comissão especial do impeachment.
“A questão do PMDB é um problema interno e é evidente que o partido buscará a melhor solução. O líder Picciani tem sido muito correto, franco, transparente e dedicado. Do ponto de vista de 2015, é a principal surpresa positiva. É um líder eficiente”, acrescentou.
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