Morre Armênio Guedes, secretário e opositor de Prestes no Partido Comunista

Ele estava internado há duas semanas no hospital Samaritano, na região central da capital paulista

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Ele estava internado há duas semanas no hospital Samaritano, na região central da capital paulista

Morreu na madrugada desta quinta-feira (12), em São Paulo, aos 96 anos, o jornalista Armênio Guedes, ex-dirigente do Partido Comunista Brasileiro. Ele estava internado há duas semanas no hospital Samaritano, na região central da capital paulista. Sofreu uma infecção pulmonar, que se alastrou, e morreu em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Deixou a viúva Cecília Comegno.

Nascido em Mucugê, na Bahia, em 1918, Guedes filiou-se ao Partido Comunista na década de 1930. Foi secretário e amigo de Luís Carlos Prestes, mas depois se tornou um contraponto ao líder comunista e chegou a romper com ele.

Armênio Guedes liderou uma corrente que rompeu com o stalinismo, a União Soviética e se alinhou aos partidos europeus da Esquerda Democrática.

Durante a ditadura, se opôs à luta armada e defendeu a aliança com o MDB, então único partido de oposição consentido pelo regime. Exilado, morou no Chile e na França.

Depois de sair do partido, trabalhou como jornalista na revista “IstoÉ” e na “Gazeta Mercantil”, onde editou a página de Opinião, foi secretário da Redação e editorialista.

Era amigo de políticos como os senadores José Serra e Aloysio Nunes Ferreira, ambos do PSDB de São Paulo, e do ex-deputado federal Roberto Freire (PPS).

Em 2013, o jornalista Sandro Vaia lançou a biografia “Armênio Guedes, sereno guerreiro da liberdade”, com prefácio de Ferreira Gullar.

O velório acontece no cemitério do Araçá, no centro. A cerimônia de cremação está marcada para as 16h no crematório da Vila Alpina, na zona leste de São Paulo.

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