Mais de 100 agentes revistam presídio onde traficante foi morto no RS

Conhecido como Teréu, homem foi asfixiado no refeitório da Pasc

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Conhecido como Teréu, homem foi asfixiado no refeitório da Pasc

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) do Rio Grande do Sul informou nesta sexta-feira (8) que agentes penitenciários e policiais militares realizam uma revista na Pasc (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas), onde o traficante Teréu foi assassinado na quinta (7). Segundo a pasta, mais de 100 homens do 1° BOE (Batalhão de Operações Especiais) foram deslocados para o presídio.

Cristiano Souza da Fonseca, conhecido como Teréu, de 32 anos, foi executado dentro da cadeia, a cerca de 60 quilômetros de Porto Alegre. O homem é apontado pela polícia como líder do tráfico de drogas no Beco dos Cafunchos, no bairro Agronomia, na Zona Leste da capital. Ele também é suspeito de ordenar a morte do traficante Alexandre Goulart Madeira, o Xandi, 35 anos, executado em janeiro deste ano em uma casa de veraneio em Tramandaí, no Litoral Norte do estado, e homenageado com um grafite na fachada de um dos prédios do condomínio Princesa Isabel.

Um dia após o assassinato, a comunidade do Beco dos Canfunchos ainda está apreensiva. Mesmo após suspender aulas devido à morte do traficante, a Escola Sylvio Torres, única da região, foi aberta, mas até às 8h15, nenhum estudante havia comparecido à instituição.

Segundo a direção, pelo menos sete pais foram até o colégio e relataram que não pretendem trazer os filhos por medo de ações violentas na região. A diretora Alcina Silva dos Santos enfatizou que apesar do medo de familiares, as aulas estão mantidas.

A SSP afirmou em nota que a decisão de fechar a escola na região foi “unilateral” e que a polícia oferecia condições de segurança no local. A pasta diz ainda que a segurança no Beco dos Cafunchos foi reforçada após a morte de Teréu e que o CPC (Comando de Policiamento da Capital) está monitorando e reforçando os efetivos em outras áreas consideradas de risco.

Desde abril, viaturas da Brigada Militar passaram a acompanhar de perto a movimentação na região com viaturas, depois que um ônibus foi incendiado na entrada do Beco dos Cafunchos. Há mais de um mês, o líder comunitário, Jorge Leandro da Silva, de 44 anos, está desaparecido. Ele foi raptado de casa por cinco homens encapuzados. Nesta sexta (8), o 19º Batalhão de Polícia Militar garantiu que a região está segura e conta com a presença de duas viaturas do POE (Pelotão de Operações Especiais).

 

Morte gera reações opostas

Horas após a morte de Teréu, moradores da região realizaram uma manifestação pelas ruas do Beco dos Cafunchos. Carregando faixas com frases como “Teréu Eterno”, eles saíram em caminhada por algumas ruas do bairro. A manifestação foi acompanhada pela Brigada Militar.

O assassinato foi comemorado com um foguetório no Condomínio Princesa Isabel, no Bairro Azenha. Os fogos puderam ser vistos de vários pontos da capital. Era daquele prédio que Xandi comandava o tráfico de drogas. Os festejos entraram noite adentro. Uma informação extraoficial circulou entre os policiais indicando que poderia haver um novo confronto entre as facções no local. Por precaução, a Brigada Militar também decidiu reforçar o policiamento no entorno.

 

A morte de Teréu

O crime ocorreu no refeitório da Pasc no início da tarde e foi filmado por câmeras de segurança, mas as imagens não foram divulgadas. Segundo a Susepe, Teréu estava almoçando quando foi asfixiado por três detentos. Eles foram identificados e isolados dos demais presos. Uma sindicância será aberta pela Susepe para apurar a possível participação de mais detentos na morte.

Teréu havia sido preso no mês passado, em Porto Alegre, na saída de uma casa noturna, por porte de munição de uso restrito. Ele foi levado ao Presídio Central de Porto Alegre, mas depois foi transferido para a Pasc por determinação judicial.

Segundo o juiz Sidinei Brzuska, da VEC (Vara de Execuções Criminais) da capital, Teréu foi transferido porque corria riscos no Presídio Central, onde também estão presos membros de facções rivais. Apesar do nome, em janeiro deste ano a Pasc (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas) foi rebaixada a uma prisão de média segurança.

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