Em grupo no WhatsApp, PM no RS ignora assaltos em parque: “chamem o Batman”

 A conversa foi divulgada pela “Rádio Guaíba”

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 A conversa foi divulgada pela “Rádio Guaíba”

Em troca de mensagens com jornalistas em um grupo no Whatsapp, o tenente-coronel Francisco Vieira, comandante do 9º BPM (Batalhão de Polícia Militar) do Rio Grande do Sul, sugeriu que participantes de um evento no Parque Redenção, em Porto Alegre, chamassem “o Batman ou o super-homem”. As afirmações foram feitas depois de ele ser informado sobre a ocorrência de assaltos no local, na noite deste sábado (6). Ele também escreveu que “gente do bem está em casa agora”. A conversa foi divulgada pela “Rádio Guaíba”.

À reportagem do UOL, Vieira confirmou ter enviado as mensagens e disse que elas faziam parte de “uma conversa informal”. “Aquele grupo só tem jornalistas. Enviamos todo o tipo de ocorrência. Não deveria ter posto, claro que não, mas não é um canal oficial”, declarou o comandante do 9º BPM. Segundo ele, os profissionais foram retirados do grupo, por conta da “falta de consideração”.

Convocado pelas redes sociais, o evento que aconteceu no parque na noite deste sábado foi o “Serenata Iluminada”, classificado pelos organizadores como um movimento “de pessoas que amam Porto Alegre”, criado em 2012, que luta pela ocupação noturna do parque e por mais segurança no local. Os integrantes também pedem que o Redenção não seja cercado, como está em discussão na cidade.

De acordo com o tenente-coronel Vieira, o evento no parque aconteceu à revelia do poder público. Na troca de mensagens, ele também afirmou que “quem frequenta esse tipo de evento não quer a BM (Brigada Militar) perto” e que “a BM para eles não presta”. “Agora aguentem!”, escreveu. Quando uma jornalista replicou, perguntando se a Brigada só atua onde quer, o comandante afirmou: “Mande ligar no 190. Você está no evento? E o evento nem permissão tem. Ou seja, fazem já não querendo a BM”.

“Nós não recomendamos que as pessoas frequentem o parque à noite por causa da falta de iluminação. O parque tem 37 hectares e é frequentado durante o dia por famílias. À noite quem frequenta aquele local são prostitutas, são drogaditos, fora moradores de ruas e criminosos. É um local inseguro. Sou à favor de cercar o parque”, declarou.

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