Desconhecida joga tinta em universitária antes da colação

Família diz acreditar que a estudante, de origem humilde, despertava inveja nos colegas por tirar notas altas

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Família diz acreditar que a estudante, de origem humilde, despertava inveja nos colegas por tirar notas altas

O delegado Simael Ferreira, da 3º Delegacia de Polícia do Coxipó, em Cuiabá (MT), abriu nesta quinta-feira (27) inquérito policial para investigar o caso de uma formanda agredida com tinta vermelha tóxica minutos antes da colação de grau por uma mulher ainda não identificada.

A estudante Sirlene Luzia Correia, 31, que cursou Administração na Universidade de Cuiabá (Unic), participaria da cerimônia de colação de grau no Hotel Fazenda Mato Grosso, na noite da última terça-feira (25). No entanto, já usando a beca, roupa tradicional de formatura, ela foi beber água e ouviu uma mulher chamando por seu nome. Então ela se virou e, na sequência, foi atingida pela tinta.

O delegado diz que vai apurar a informação de que Sirlene estaria tendo um caso com um homem casado, pai de uma filha. “Vou pedir as imagens internas ao hotel, se tiverem feito, e verificar se a mulher, ainda não identificada, é esposa deste cara”, informou o delegado.

Ferreira também busca por alguma foto que colegas ou familiares tenham feito para registrar a cena. No início da semana que vem, a vítima será intimada a depor.

A família de Sirlene não vê o menor sentido em associar a estudante a algum crime. “Essa agressão não tem pé nem cabeça”, afirma Carolina de Oliveira, prima da universitária.

Ela afirma que convive com a vítima há muitos anos e diz que, durante todo o curso, trabalhava e estudava, se esforçando muito para conseguir se formar. “É uma pessoa de total confiança. Morou comigo. Sempre me ajuda com minha filha de 7 anos, cuidando dela. Nunca foi de sair. É muito inteligente. Ia para faculdade até chovendo, pegando ônibus. Só tirava 9 e 10.  É uma moça humilde, da roça e com certeza despertava inveja dos colegas, inclusive porque alguns foram reprovados. A gente vai somando uma coisa com outra e acredita que foi bullying”, comenta Carolina.

A formanda, após não poder participar da colação de grau, chorou muito mas já estaria melhor, pensando em voltar para a roça, onde mora a mãe.

A família pensa em processar a Unic, por não ter garantido a segurança da estudante. Sirlene foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) até a Policlínica do Coxipó, com tinta no rosto e no cabelo, até o couro cabeludo. O produto causou queimaduras e irritação na pele.

Por meio de nota, a universidade lamentou o ocorrido. “A instituição chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) imediatamente após a ocorrência e esteve presente no local durante todo o atendimento emergencial em respeito à saúde da vítima”.

A Unic diz ainda que “segue acompanhando o quadro clínico da aluna e permanece à disposição das autoridades locais para auxílio nas investigações do caso. Solidária neste momento com a família da vítima, a instituição reitera seu compromisso com a transparência das informações e permanece à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais”.

 

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