MPF identificou transferências de empreiteiras acusadas de participar de esquema na

A Justiça Federal determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que cumpre pena, em regime aberto, por condenação no processo do mensalão. O petista é investigado na Operação Lava-Jato. O Ministério Público Federal (MPF) encontrou transferências bancárias de empreiteiras ligadas ao esquema de na Petrobras à empresa JD Assessoria e Consultoria, que pertence a Dirceu e a um irmão.

A quebra de sigilo se estende também a Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão do ex-ministro. A informação foi divulgada ontem pelo Jornal Nacional. De acordo com as investigações, a JD Assessoria e Consultoria recebeu, entre 2009 e 2013, R$ 3,761 milhões das construtoras Galvão Engenharia, OAS e UTC Engenharia. Executivos das três empresas foram presos na sétima fase da Lava-Jato, deflagrada em novembro do ano passado.

O MPF e a Polícia Federal vão investigar se as transferências a Dirceu fizeram parte do mesmo esquema de corrupção, por meio do qual empreiteiras pagavam propina a políticos em troca de contratos na Petrobras. No período em que recebeu o dinheiro, o petista já não ocupava cargo público. Ele deixou a Casa Civil em meio ao escândalo do mensalão e teve o mandato na Câmara dos Deputados cassado pelo mesmo motivo. Ele mantinha, no entanto, bom trânsito no PT e no governo federal.

A quebra do sigilo fiscal foi autorizada entre 1º de janeiro de 2005 e 18 de dezembro de 2014, e a do sigilo bancário, entre 1º de janeiro de 2009 e 18 de dezembro de 2014. As transferências bancárias a Dirceu constam em documentos contábeis das empreiteiras. Em lista da Galvão Engenharia, pagamentos mensais de R$ 25 mil à empresa de Dirceu são associados à rubrica “consultoria”. Nos livros da OAS, há pagamentos mensais de R$ 30 mil.