Haverá ato na Ordem dos Advogados do Brasil

O inquérito referente à Chacina de Acari, como o episódio ficou conhecido, foi encerrado por falta de provas em 2010, e ninguém foi indiciado. “É uma grande impunidade”, disse, em entrevista à Agência Brasil, o assessor de Direitos Humanos da organização não governamental (ONG) Anistia Internacional Alexandre Ciconello.

A ONG acompanha as famílias das vítimas. Em 1992, pediu proteção para algumas mães que estavam sendo intimidadas e ameaçadas. No ano seguinte, Edméia da Silva Euzébio, uma das mães empenhadas na luta por justiça, foi assassinada quando buscava informações sobre o paradeiro do filho, Luiz Henrique da Silva Euzébio. Segundo a ONG, o processo sobre a morte de Edméia continua em primeira instância na Justiça.

“Até hoje, [a investigação sobre] o assassinato de Edméia, que foi em 1993, está em andamento na Justiça, depois de 22 anos. Para a Anistia Internacional, os 25 anos de Acari e de impunidade demonstram uma grande crise no nosso sistema de Justiça criminal, que não foi capaz de dar uma resposta para essas famílias, ao longo de tantos anos, na luta por justiça e por reparação pelo que aconteceu”, avaliou Ciconello. As famílias não têm até hoje a certidão de morte presumida nem a certidão de óbito.

Amanhã (27), haverá um ato na Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ), em que parentes dos jovens se reunirão para lembrar os 25 anos da chacina. Alexandre Ciconello destacou que o grupo Mães de Acari foi um dos primeiros movimentos de parentes de vítimas de violência no estado do Rio de Janeiro criados para lutar por justiça e que influenciaram a formação de movimentos semelhantes.