Uma das faces mais negativas do momento revanchista que vivemos é a tentativa insistente de se demonizar a presença militar na vida pública brasileira.

Não bastasse o mesquinho achatamento salarial, em que retiraram os oficiais da equivalência com os salários do Judiciário e de carreiras como a diplomática e nos bancos oficiais. Ou seja, um general de Exército ganhava, mais ou menos, o mesmo que um embaixador ou a última carreira do Banco Central ou do Brasil. Hoje, pouco passa da metade. Agora investe contra a proteção das filhas solteiras, em função da carreira ser de dedicação exclusiva, servindo em lugares – e até países – diferentes e dificultando atividades profissionais dos cônjuges.

Volta e meia, o novo governo vaza para a imprensa que o país está sendo “desmilitarizado” com o afastamento dos oficiais da reserva em funções públicas civis.

Ignorância ou má-fé, quando se sabe que o Brasil muito deve ao preparo, formação, perfil ético e moral na construção de seu progresso aos militares. 

Vargas foi buscar no general Edmundo Macedo Soares o fundador da siderurgia nacional.

Essa esquerda ressentida e incoerente finge não saber que Getulio teve dois presidentes da Petrobras militares, Juracy Magalhães e Janary Nunes; Jango, três, Sardenberg, Albino Silva e Osvino Alves; e a Revolução, um time de craques como Ademar de Queirós, Candal da Fonseca, Levy Cardoso e Almirante Faria Lima, além do presidente Ernesto Geisel.

JK montou a nossa indústria automobilística com a coordenação do Almirante Lúcio Meira. E as forças oriundas do getulismo deram grandes governadores como Amaral Peixoto, no Estado do Rio, prefeitos do Rio como Augusto do Amaral Peixoto – de Marinha –, Mendes de Morais, Dulcídio Espírito Santo, do Exercito.

No período militar, de 64 a 85, quando o Brasil saltou da 46a economia mundial para a oitava, os grandes realizadores foram militares como Mário Andreazza, César Cals, Hygino Corsetti e Haroldo Mattos – os homens do salto nas telecomunicações –, Costa Cavalcanti, no Interior e na construção de Itaipú – e os notáveis ministros da Educação Rubem Ludwig e Jarbas Passarinho.

Uma discriminação injusta, pequena e inútil, pois os militares são formados para servir ao Brasil, colocam em risco as suas vidas e as carreiras, mas, ao longo da história, nunca faltaram para com seus deveres de que acima de qualquer posição pessoal prevalece o interesse nacional. Assim sempre o fizeram e farão, se e quando necessário.

A atitude equivocada também campeou entre os aliados do ex-presidente Bolsonaro, pois queriam uma intervenção injustificada diante do resultado eleitoral, lamentavelmente tolerada por ele pela omissão no chamamento à razão dos seus seguidores. Fraude é a tentativa de ligar o pensamento militar a uma eventual aventura golpista.

Os militares nunca agiram por impulso. Apesar de convencidos do desastre da posse de Goulart, em 61, a garantiram para não fazerem um pré-julgamento. Chegada a hora, agiram atendendo aos reclamos da sociedade através de seus legítimos representantes, os governadores eleitos do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Guanabara, Bahia, Goiás, Mato Grosso, e a opinião pública. Apoiaram o movimento surgido em Minas da união do governador Magalhães Pinto à guarnição militar comandada pelos generais Mourão e Guedes. Isso é história e não opinião.

Nada abala a confiança da sociedade nos militares, a quem devemos ordem, progresso e democracia. Quando fugiram as garantias constitucionais, temporariamente, foi para preservar a paz interna em momento que vivíamos sequestros, execuções de inocentes, tentativa de desestabilizar o governo constituído com aval do Congresso. Quando possível, os  militares fizeram a abertura democrática e empossaram o governo de oposição eleito pelo Congresso Nacional. A abertura não se deve ao “dr Ulisses” e seus companheiros e sim ao Presidente João Figueiredo.

Os que promovem esta campanha de ódio certamente não são tão democratas quanto nossos militares. Até pelo passado e as companhias do presente!