Esta sexta-feira (19) é uma data extremamente importante. Você sabe o motivo? Isso porque se comemora o Dia Mundial da Fotografia, recurso que mudou completamente todas as vertentes humanas desde seu nascimento. Seja no quesito pessoal ou profissional, as fotografias sempre estão presentes e passaram por inúmeras evoluções ao longo dos anos. Além de registrar momentos, as fotografias também são fundamentais para a preservação da história de Mato Grosso do Sul. Nos acervos de , registros contam desde exploração indígena até criação do Estado.

Mas antes de continuarmos, que tal voltar um pouquinho no tempo e entender o motivo da celebração? Em 19 de agosto de 1839, o cientista François Arago anunciou que o governo da adquiriu o invento do Daguerreótipo e oficializou a criação livre para o mundo.

O nome é difícil mesmo, mas a daguerreotipia era uma nova tecnologia da época e foi uma revolução gigante visto que iniciou a invenção da fotografia. Desde então, muita coisa se transformou. Em Campo Grande, por exemplo, acervos guardam importantes imagens, consideradas itens valiosos fotografados por profissionais que, definitivamente, deixaram sua marca eternamente registrada.

IHGMS – Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul

Situado numa região histórica da Capital, o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul (IHGMS) é uma instituição privada que funciona à base do trabalho voluntário de associados. Fundado no dia 6 de março de 1978 por José Barbosa Rodrigues, Acyr Vaz Guimarães, Otávio Gonçalves Gomes e Paulo Coelho Machado – que foi o grande idealizador – o Instituto vem da Sul-Mato-Grossense de Letras, uma vez que foi criado um ano depois da divisão e criação do Estado de MS, em 1977. Desde então, tem o objetivo de preservar a cultura, memória, história, meio ambiente, turismo, geografia e tudo que está relacionado ao patrimônio cultural de Mato Grosso do Sul.

Seu acervo fotográfico conta com mais de 1500 imagens cadastradas e muitas outras ainda em fase de identificação, conforme apontado por Maria Madalena Dib Mereb Greco, atual presidente do IHGMS.

“Atualmente o IHGMS tem uma fluência de imagens, acrescida a cada chegada de novos acervos. Um grande número de fotografias, pela importância histórica, é limpo, digitalizado e acondicionado junto aos respectivos acervos dos doadores”, diz.

A gestora ainda explica que uma das grandes dificuldades é identificar os personagens e as datas das fotos, já que na maioria dos casos a família faz a doação da foto e nem sabe do que se trata. Então, a equipe do Instituto inicia a fase de investigação para encontrar e encaixar informações.  Confira:

Para Greco, a fotografia tem um papel crucial. “As imagens fotográficas registram toda história, a trajetória de um Estado, desde a sua gênese, no final do século XIX até o presente. Nos permite ver e entender como as cidades cresceram, seu potencial econômico, cultural e político”, comenta.

Vale destacar que a maioria das fotografias não tem registro dos seus respectivos fotógrafos. Segundo o Instituto, a imagem da rua Dom Aquino, de Campo Grande, foi tirada por ‘Lourenço'. As demais vieram de um jornal de Corumbá que fechou e as fotos foram doadas ao Prof. Valmir Correa, que cedeu ao IHGMS posteriormente. A foto da criação do Estado é do acervo pessoal do Dr. Paulo Coelho Machado.

Arquivo Público Estadual

Existem várias relíquias guardadas e conservadas no Arquivo Público Estadual de Mato Grosso do Sul. Localizado no prédio da (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), qualquer pessoa pode entrar e realizar pesquisas documentais.

Conforme informações do historiador e coordenador do acervo, Douglas Alves da Silva, existem vários registros fotográficos guardados no local. Os destaques são as fotos da CAND (Cia Agrícola Nacional de Dourados) e da Cia Matte Larangeira.

Matte Larangeira
Matte Larangeira (Foto: Arquivo Público Estadual de MS – Acervo Cia. Matte Larangeira)

O ciclo da erva-mate foi um importante movimento econômico da região sul de Mato Grosso que viria a se tornar Mato Grosso do Sul. Este movimento se deu pela instalação da Companhia Matte Larangeira e teve início por volta de 1890. No entanto, imagens mostram que a realidade não era tão benéfica assim, visto que empresa explorava mão de obra indígena da região.

Registros históricos mostram que a relação trabalhista era análoga à escravidão. Os trabalhadores ervateiros viviam nas áreas de domínio da companhia e eram explorados das mais diversas maneiras, além de trabalharem de forma degradante. A colheita da erva-mate era completamente manual e os ervateiros precisavam carregar sacos pesadíssimos nas costas.

“O Arquivo Público é o órgão responsável pela salvaguarda da memória e da história de MS […] o acervo da Matte Larangeira é bem interessante no que diz respeito às transformações, relações sociais e de trabalho do século passado na região sul de nosso Estado”, reflete Douglas.

Para conhecer a história completa da Cia Matte Laranjeira, confira esta matéria do Midiamax.

Vizinho do Arquivo Público, outro acervo fica nas instalações da Fundação de Cultura Estadual.

MIS-MS

O MIS-MS (Museu da Imagem e do Som de MS) também é outro importante espaço de pesquisa na Capital. Além das fotografias, local abriga material fílmico e até máquinas datadas de 100 anos atrás que revolucionaram no quesito de captação de imagens.

Conforme Marinete Pinheiro, coordenadora do espaço, todos os papéis fotográficos produzidos pela coordenadoria do Governo do Estado estão guardados no museu. Dentre os materiais de destaque, ela cita fotos de Campo Grande antigamente, coleção fotográfica sobre carreira de Glauce Rocha, série de documentos da criação de Mato Grosso do Sul, em 1977, fotos de concursos de fotografias, retratos pintados e objetos que fazem parte da história da fotografia.

“O museu tem essa responsabilidade e salvaguardar esse material impresso”, explica Pinheiro.

Um dos fotógrafos identificados é Rachid Salomão, que ficou por muito tempo no governo. Vale destacar que todo o acervo é fruto de doação.

A primeira fotografia do mundo

Viu como a fotografia é extremamente importante? Tudo isso porque, séculos atrás, nascia a primeira foto do mundo. Ela foi feita pelo militar e cientista francês Joseph Nicéphore Niépce (1765 – 1833) no verão de 1826 por um processo chamado Heliografia.

Ele fixou a imagem exterior de sua casa em uma placa de estanho sensibilizada com “asfalto” (um derivado de petróleo chamado betume da judeia), deixando exposta por oito horas em uma câmara escura, tirando assim a primeira fotografia do mundo.

Entre 1833 e 1837, o pintor francês Louis Jacques Mandé Daguerre dedicou-se em aperfeiçoar essa descoberta.

Primeira fotografia do mundo
Primeira fotografia oficial do mundo (Foto: Reprodução)

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