As automobilísticas Ford, Volkswagen e Fiat vão interromper a produção em várias fábricas no Brasil para reduzir o excesso de reservas, informaram nesta segunda-feira fontes do setor.

A Ford, por meio de um comunicado, anunciou que vai parar sua produção dentro de um mês nas fábricas de Taubaté e São Bernardo do Campo, ambas no estado de São Paulo, além da fábrica em Camaçari, no nordeste da Bahia.

A montadora americana garantiu que as interrupções serão gradativas e argumentou que o objetivo é ‘ajustar’ suas reservas à demanda.

Na fábrica de Taubaté, a liberação dos funcionários será realizada de forma escalonada, alternando suas diferentes linhas de produção. Em São Bernardo do Campo, a paralisação também será aos poucos e já começará a partir da próxima quinta-feira até o dia 7 de outubro, enquanto a unidade de Camaçari entrará em férias no próximo dia 12 de setembro.

Por outro lado, os sindicatos metalúrgicos de Taubaté e de Curitiba anunciaram que Volkswagen também programou a paralisação de diversas fábricas. Porém, a montadora alemã ainda não confirmou a informação.

A Fiat anunciou a paralisação de sua fábrica em Betim, em Minas Gerais, entre segunda e terça-feira, embora a companhia italiana tenha negado a necessidade de reduzir suas reservas.

Segundo a empresa, a fábrica passará por uma série de reformas para adaptar o maquinário em uma nova linha de produção.

Sergio Reze, presidente da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), disse na semana passada que as reservas de automóveis dos fabricantes aumentaram muito nos últimos meses, alcançando níveis preocupantes.

Segundo o representante do sindicato, as montadoras possuem em seus depósitos reservas suficientes para 40 dias de venda de veículos.

Em 2010, ano que a indústria automobilística registrou um recorde absoluto de vendas no mercado brasileiro, as reservas das automobilísticas cobriam as necessidades entre 18 e 25 dias, segundo dados da Fenabrave.

As vendas de veículos no mercado interno alcançaram 306.200 unidades até o mês de julho, segundo os dados mais recentes da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).