Pessoas com menos de 50 anos não estão imunes aos sintomas graves do coronavírus
Mesmo sendo extremamente raro em adultos menores de 50 anos, os sintomas graves do coronavírus (covid-19) podem aparecer e causar a morte também nessa população, segundo o professor Willem van Schaik. Em conversa com a BBBC Brasil, o professor do Instituto de Microbiologia e Infecção da Universidade de Birminghan, no Reino Unido, relatou que é […]
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Mesmo sendo extremamente raro em adultos menores de 50 anos, os sintomas graves do coronavírus (covid-19) podem aparecer e causar a morte também nessa população, segundo o professor Willem van Schaik.
Em conversa com a BBBC Brasil, o professor do Instituto de Microbiologia e Infecção da Universidade de Birminghan, no Reino Unido, relatou que é errado pensar que a população abaixo dos 50 anos só apresentará os sintomas leves da doença.
“Haverá indivíduos mais jovens e muito doentes também e eles vão precisar de tratamento”, disse o especialista.
Conforme apurou a BBC, dados recentemente divulgados pelo governo italiano mostram que 12% dos pacientes que estão sendo tratados nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) do país têm entre 19 e 50 anos, 52% têm entre 51 e 70 anos e 36%, mais de 70 anos, reforçando o argumento de Willem.
Mas o levantamento também aponta que a taxa de mortalidade entre 19 e 50 anos é bem pequena, abaixo de 1%. Até o dia 15 de março, segundo o Instituto Superiore de Sanità, foram 14 mortes entre pessoas de 19 a 50 anos sendo quatro entre 30 e 39 anos e dez entre 40 e 49 anos, ou 0,8% do total.
Para o responsável pelo setor de anestesia e cuidados intensivos de um hospital em Bergamo, na Itália, Lucas Lorini, o tipo de paciente vítima da doença está mudando.”Eles são um pouco mais jovens, entre 40 e 45 anos, e seus casos são mais complicados”, disse em entrevista.
Ainda de acordo com a BBC, uma das razões para a baixa mortalidade entre os mais jovens é que seu sistema imunológico é mais forte, o que ajuda a combater o vírus e a recuperar-se da doença.
“Nos idosos, o sistema imunológico já envelheceu e não produz o mesmo nível de resposta, por isso, eles têm mais risco de desenvolver os sintomas mais graves”, afirmou o infectologista Alberto Chebabbo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia e diretor-médico do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Rio de Janeiro.
Dados
O novo coronavírus já se espalhou por 153 países e territórios, infectando quase 200 mil pessoas e deixando cerca de 8 mil mortos.
Nesta terça-feira, o Brasil confirmou a primeira morte por causa da doença: um homem de 62 anos, com diabetes e hipertensão, que vivia em São Paulo. Ele morreu seis dias após ser internado em um hospital particular.
São 321 casos confirmados e quase 9 mil suspeitos.
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