UPA Santa Mônica começa a funcionar mas não tem pediatra

Não há previsões para a pediatria no local

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Não há previsões para a pediatria no local

No primeiro dia de funcionamento da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Santa Mônica, nessa quinta-feira (21), uma faixa com os dizeres “Obrigado prefeito Alcide Bernal por cuidar das nossas crianças” revela não só o erro de ortografia com o nome do chefe do executivo, mas também uma contradição: apesar da boa estrutura, o local não tem pediatras.

 

 

Campo Grande tem uma média de 13 profissionais dessa especialidade trabalhando em três UPAs: a Vila Almeida, Coronel Antonino e Universitário, segundo informações da Sesau (Secretaria municipal de saúde), e é um dos pontos críticos da saúde pública da capital. Ainda segundo a Sesau, não há previsões para o funcionamento da pediatria na UPA Santa Mônica, mas a prefeitura estuda abrir processos seletivos para contratar mais profissionais.

A administração municipal afirma que foram investidos R$ 3.532.932,57. No local, existem 17 leitos, 3 deles na sala de emergência, equipados com ventiladores (respiradores) mecânicos, monitores multiparamétricos, bombas de infusão, desfibrilador, eletrocardiógrafo e serviço de raio x. Há, também, 2 quartos privativos (isolamento) e 12 leitos divididos em masculino, feminino e infantil, que devem ter ao menos um médico, um enfermeiro e um técnico em enfermagem. Na sala de emergência, a Sesau estima que pelo menos um desses profissionais deve atuar de forma exclusiva.

Novidade na região, a UPA chamou a atenção de curiosos e ainda não tem um grande fluxo: somente 7 pessoas passaram por atendimento, todas para consultas médicas. A UPA espera atender cerca de 350 pessoas por dia. Quanto aos profissionais, a Unidade terá apenas clínicos gerais. Serão 4 profissionais por período. A UPA Santa Mônica tem o objetivo de “desafogar” em 40% a demanda da UPA Vila Almeida, e deve abranger cerca de 105 mil e 693 habitantes da região Oeste Imbirussu em seus sete bairros.

Juateber Becker, diretor da UPA Santa Mônica (Cleber Gelio)Diretor técnico da UPA, o médico e clínico geral Juateber Becker explicou que até o momento nenhum dos pacientes utilizou os equipamentos da unidade. “Todos esses equipamentos estão em funcionamento só que não foram utilizados e os sete pacientes só foram consultas, não fizeram exames”, explicou.

Walter Coelho do Nascimento, 41, acompanhou a esposa de 37 anos e o filho de um ano e sete meses nessa manhã (21), os dois estão com a garganta inflamada. Walter ficou surpreso com o número de pessoas, que esperava ser maior. “Nem chegamos a esperar, fizemos uma ficha e já fomos consultador. já foram consultados”. A família, que mora no Jardim Aeroporto, espera, agora, que o local tenha um profissional de pediatria. “Quando precisamos temos que ir na Vila Almeida e lá é muito cheio”, reclama.

O estudante de 18 anos Matheus Henrique ficou sabendo da nova unidade pela mãe e procurou o local para encaminhar uma consulta com dermatologista. “Achei que fosse estar muito cheio por ser primeiro dia de funcionamento e me surpreendi”. A moradora do Santa Mônica, Domingas Sanches Lopes, 48, também teve a mesma surpresa. Segundo ela, nem esperou pela triagem e já foi atendida.

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