Modelos vítimas da doença posam para calendário

Maquiagem, produção, cenário, fotógrafa e tudo o que elas merecem. Assim foi produzido o Calendário de 2017 da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Mama. “A ideia do calendário é mostrar que essas mulheres, apesar de todas as adversidades pelas quais estão passando, ainda assim são lindas”, define Jucimara do Amaral, secretária da Rede. O calendário está sendo vendido pela organização, que é mantida pela Fundação Carmem Prudente de Mato Grosso do Sul, neste mês de outubro no Shopping Pátio Central.

Além das fotos com chapéus, lenços e perucas, foram feitas imagens das mulheres sem os adereços, “que é como elas vivem e que é natural. Temos que mostrar para as pessoas pararem de olhar as mulheres sem cabelo com uma certa diferença. Essas mulheres tem muito mais coisas que a gente pode imaginar. Quando as vemos com cabelo ou sem cabelo, o sorriso é o mesmo”, relata Jucimara.

As fotos foram feitas em maio de 2016 pela fotógrafa Adeise Marcondes e as locações foram um condomínio residencial e a casa de apoio da Rede. Oito delas são vítimas do câncer de mama. Além do calendário, canecas, camisetas e guarda-chuvas também estão sendo comercializadas como forma de angariar fundos para a própria entidade e o Hospital do Câncer Alfredo Abrão.

Arlene maria Ferreira, uma das modelos do calendário. (Divulgação)“Quando elas se viam nas fotos elas diziam: ‘como fiquei bonita’ e a fotógrafa dizia: ‘voce não ficou bonita, você é bonita”, conta Jucimara. Arlene Maria Ferreira de 63 anos foi uma das modelos do calendário: “me senti linda, foi um momento maravilhoso”.

Voluntários contra o câncer

A Rede Feminina de Combate ao Câncer é uma organização composta por cerca de 60 voluntários que atendem vítimas de câncer. A Rede em Campo Grande atua juntamente com o HCAA (Hospital do Câncer Alfredo Abrão).

As ações para o Outubro Rosa incluem, além da caminhada que aconteceu no início do mês, uma série de palestras que estão sendo ministradas em órgãos do governo e empresas para a conscientização e prevenção ao câncer de mama.

Rosana Aguilar Macedo é a presidente da Rede em Campo Grande e diz que voluntários sempre são bem vindos e não há pré-requisitos.

Entre alguns dos trabalhos que são feitos, por exemplo, está a distribuição do chá, que é feito de segunda a sexta-feira no HC. “Às 6h30 as voluntárias chegam trazendo o chá que fizeram em suas casas e trazem o pão quentinho e a Rede doa a manteiga. O chá e o pão é entregue para os pacientes que chegam cedo, vindo do interior. O chá é o amor”, explica Rosana, relatando que a ação, quando realizada de coração, leva mais que alimento.

Para as mulheres que fizeram a mastectomia, a Rede doa um sutiã especial e uma prótese de enchimento. Além disso, as voluntárias percorrem as enfermarias verificando as necessidades de todos os internados. “Quem necessita, a Rede fornece materiais de higiene, como fraldas, escova e creme dental”, diz Rosana. As mulheres que fazem tratamento e perderam os cabelos recebem lenços e podem usar perucas emprestadas.

A Rede mantém ainda uma casa de apoio para pacientes que são do interior e estão em tratamento no HC. “A casa tem acomodação para 32 pessoas e é destinada para aqueles que não tem condições de se hospedar em hotéis e não têm parentes na cidade“, informa Rosana. O motorista do HC transporta os pacientes da casa para o hospital pela manhã e os leva de volta o horário do almoço. O hospital fornece o almoço e o jantar e a Rede providencia lanche e frutas. Rosana explica que os gastos com a manutenção da casa são custeados com as doações.

Os que desejarem ajudar a Rede Feminina de Combate ao Câncer de MS e o Hospitla do Câncer Alfredo Abrão devem entrar em contato pelo telefone 3324-7676 ou email [email protected]. Há ainda um bazar de roupas usadas no hospital que aceita doação de todos os tipos de roupas