Mulher que lutava na Justiça por tratamento morre de câncer no hospital
Família pedia ajuda para salvá-la
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Família pedia ajuda para salvá-la
A assistente social e árbitra de atletismo Lucila Cleufa Totola Carbajal que lutava há 10 anos contra um câncer de mama e pulmão morreu neste sábado (19) no Hospital El Kadri onde estava internada. A família de Lucila entrou na Justiça em São Carlos (SP) para a liberação da substância sintética fosfoetanolamina que ainda está em teste.
A Câmara dos Deputados já aprovou a liberação porém ainda falta a votação do Senado e por fim a assinatura do Executivo. A paixão pelo esporte movia Lucila e seu grande sonho era participar de uma Olimpíada. Quando soube que em 2016 seria a vez do Brasil presidir o jogos a árbitra acreditou que chegaria sua vez.
Porém, o câncer que levou a mãe, a irmã, e outros entes queridos chegou antes dos jogos. E veio com tanta força, que a esperança atual era a liberação da fosfo. Internada e sem poder falar Lucila escreveu uma carta. Leia abaixo:
“Há 10 anos luto pela cura. Em 2006, aos 33 anos fui vitimada pelo câncer de mama. Foi retirado um quadrante da mama esquerda. Depois precisei mudar de médico e refazer a cirurgia. Tempos de dor, efeitos colaterais da quimioterapia, medos e incertezas… Fiz quimioterapia e radioterapia. Precisei ficar longe da minha família e ir para São Paulo, pois aqui as máquinas de radioterapia estavam quebradas. Mas graças ao Senhor tudo ficou bem e pude prosseguir com a vida. Mas sempre fazendo exames de controle de 6 em 6 meses. Imagina, eu , minha mãe e minha irmã estávamos passando pela mesma luta e sofrimento, mas querendo viver, e com esse sistema de saúde falho e lento, ineficaz, minha mãe não aguentou e faleceu 9 meses depois do diagnóstico. Foi muito duro para nós vermos nossa mãezinha saindo daqui de casa na ambulância do Samu, quase sem respirar, pra não voltar mais. Com ajuda de amigos, fizemos almoços beneficentes, recebi doações e no final de agosto de 2015 fui para SP. Após um mês de tratamento lá, apresentei melhoras significativas. Mas depois de idas e vindas, fui ficando debilitada demais e não pude continuar o tratamento. Hoje o câncer está nos meus pulmões e nos ossos. Vivo 24h com uma máscara de oxigênio, qualquer esforço físico, por menor que seja, me causa um desgaste enorme. Noites sem dormir com taquicardia, internações devido à infecção, líquido nos pulmões, inicio de pneumonia, são parte da minha rotina. Através da internet vimos a esperança da cura mais perto. Entramos com pedido na Justiça para que eu tenha o direito de viver. Muitos casos já foram relatados de pessoas que usaram a fosfo e hoje estão curadas. Queremos que a substância fosfoetanolamina sintética deixe de ser chamada como substância e passe a ser o remédio da cura. A Câmara dos Deputados já aprovou, agora será votado pelo Senado e por fim precisaremos da assinatura do Executivo, para que o uso dessa “substância” seja liberado. Enquanto a substância não for liberada, vamos continuar lutando e por isso pedimos a ajuda de todos”.
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