Reclamações de pacientes sem atendimento são recorrentes

Ao procurar atendimento para a filha de 15 anos na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário, uma servidora pública de 41 anos espera desde as 11h sem obter nenhuma resposta no local.

Ela relata que a filha desmaiou na Escola Estadual Professora Flávina Maria da Silva, onde estuda. Deitada em uma maca com fortes dores do peito, ela aguarda atendimento. A mãe foi informada que os médicos estariam em troca de plantão.

“A triagem mandou para o repouso e até agora não veio ninguém ver. Ninguém informa nada, queria ver minha ficha, mandaram eu ir no gerente não tem gerente. Estou quase levando a minha filha embora, quase indo pra outro posto. Falam que estão em troca de plantão, 10h e pouco não é troca de plantão”, afirma a servidora.

A assessoria da Sesau (Secretaria municipal de saúde pública) afirmou que três médicos da equipe móvel, escalados para o período da tarde chegaram ao local por volta das 14h. “Só tinham pacientes de classificação verde e azul”, explicou.

Caos na Saúde

As unidades de saúde na capital tem sido alvo recorrente de denúncias no atendimento. A demora, falta de profissionais e até desentendimentos entre pacientes e médicos são algumas das reclamações frequentes.

Noel Dias Santana, 55, aposentado, trata um Mieloma Múltiplo, tipo de câncer que atinge células da medula óssea. Na última segunda-feira (1) ele esperou durante toda a tarde por atendimento no Hospital Regional (HR). A irmã de Noel, Nilda Dias Santana, relata descaso e falta de organização no atendimento do hospital.

As denúncias também afirmam que médicos escalados para os plantões nas UPAs não chegam aos locais, congestionando o atendimento. Na UPA Moreninhas, a reclamação foi de um paciente afirmando que o local não tem médicos, o que faz com que ele tenha que deslocar-se para outro bairro.

Em maio, O MPE (Ministério Público Estadual) propôs Ação Civil Pública contra a Prefeitura de – por meio da 32ª Promotoria de Justiça da Saúde Pública da Capital -, por conta da falta de equipamentos essenciais na . O município terá de pagar multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento de tutela provisória.

A Ação teve como base provas recolhidas durante um inquérito civil instalado em 2014 pela promotora de Justiça Filomena Aparecida Fluminhan. Segundo o Ministério Público, constantes reclamações de usuários da UPA apontavam dificuldades no acesso ao tratamento médico, falta de estrutura para as emergências e pouca resolubilidade nos atendimentos.

A Sesau, por meio da assessoria, declarou que “existe um padrão do Ministério da Saúde que o MPE busca, mas as unidades estão trabalhando com uma média de demora de uma hora e meia. Pacientes classificados como vermelho e amarelo são atendidos imediatamente.

Sobre os medicamentos, afirmou que “a compra não pode ser imediata, precisaa de licitação, ver o que eles [MPE] querem. Mas tem tudo que precisa dentro de uma UPA”.