Como sempre, rede social causa polêmica e até bloqueio de amigos virtuais

O protesto deste domingo (15) não só congestionou as ruas das cidades, mas também causou frisson nas redes sociais. O feed de notícias mais parecia um púlpito com opiniões contra e a favor da manifestação.

Não diferente de tudo que vira polêmica, mais uma vez, o Facebook mostrou que não serve apenas para fotinhas fofas e dizeres sobre o que está fazendo. Assim como nas eleições passada, a briga foi ferrenha e em diferentes posts, as pessoas queriam impor suas opiniões, forçando os outros a compreender o que pensam.

Os xingamentos e ofensas também dispararam causando assim, o bloqueio remanente de amigos que eram amigos e amigos de amigos que nem sequer se conheciam.

Se isso parte de um ódio, predestinadamente dito, não podemos afirmar, mas que, as inúmeras argumentações na rede, comprovaram sim, o contentamento e não contentamento do governo atual, isso ficou claro.

Os adeptos da presidenta fizeram questão de homenageá-la com fotos nos perfis e milhares de compartilhamentos a favor de seu governo. Já os contra, colocaram fotos com dizeres ‘Fora Dilma’ ou ‘Fora PT’ e os outros apenas colocaram fotos da bandeira do Brasil, dizendo que estão a favor do País, sem alguma argumentação consistente.

Algumas pessoas que não queriam entrar no ‘jogo’, se manifestaram já na quinta-feira (12), antes mesmo de começar o protesto a favor da Petrobrás e do Brasil – liderados pelos aliados ao governo, na sexta-feira (13) e do protesto de domingo (15).

O arquiteto Ângelo Arruda é um desses representantes.  Na sexta-feira ele se posicionou publicamente com a seguinte mensagem: “Aviso aos meus amigos e amigas. Nesses dias que antecedem o 15 de março, o Face vai ficar tenso então, me despeço a todos e até segunda-feira. Já escrevi aqui o que penso e vocês também, então, para mantermos nossas amizades, até breve”. E concluiu a postagem com uma prece do fim de semana.

Ao ser questionado pelo Jornal Midiamax sobre seu posicionamento, Arruda disse que essa raiva e ódio que a maioria das pessoas estão transitando a uma só pessoa, dificulta o diálogo.

“Eu acho que existe uma tradição política brasileira, da minha geração, da qual faço parte, que foi pras ruas para brigar por coisas serias e concretas, nesse momento, não vejo nada de coerente as pessoas estão com raiva disso, ou daquilo e o foco não é esse, talvez seria ‘Dilma, não suporto você’… como não vou mudar o mundo no facebook, optei em ficar lendo, assistindo a um bom filme”, argumenta.

Mesmo sendo contra ao Impeachment e a favor da manifestação do dia 15, a administradora Joshiane Schimitt, 35 anos, se diz a favor também, da manifestação virtual. “Eu vivi a era Collor, mas eu sabia as coisas que a TV noticiava apenas, e hoje, meu filho de 13 anos, tem acesso a diferentes opiniões pelo Facebook, acredito que a internet abre vários leques de pensamento”, avalia.