Três destinos de MS são classificados como principais pontos de observação de pássaros do mundo

Em 24 horas, mais de 300 espécies de aves foram registradas em evento de turismo no Estado

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Arara azul
Araras azuis. (Foto: Geancarlo Merighi)

No ranking de 10 lugares do mundo para observação de pássaros, Mato Grosso do Sul teve três destinos classificados como principais pontos de contemplação de várias espécies catalogadas no Global Big Day, evento que reúne observadores de todos os cantos do planeta para fotografar o maior número de aves em 24 horas.

Organizado anualmente desde 2015 pelo Laboratório de Ornitologia de Cornell, o Estado continua batendo recordes nos locais de observação. No ano passado, foram 259 espécies registradas em território sul-mato-grossense. Já neste último evento, foram 336 espécies de aves registradas em um dia, o que corresponde a 49,5% das 678 espécies catalogadas em nível estadual.

Segundo a Fundtur (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul), o resultado do evento foi divulgado no último fim de semana. A marca de registros classifica o Estado em 5º lugar em nível nacional, ainda dividindo a 10 º com o ‘Clan Thannophilus Team’ na categoria, ficando atrás apenas de países renomados no birdwhatching como Colombia, Nicarágua, Tanzânia e Zâmbia.

Três pousadas do Pantanal sul-mato-grossense se destacaram nos top 10 do hotspot brasileiro, inclusive o primeiro lugar ficou com o MS. Ao todo, 41 equipes participaram do Big Day, 195 pessoas diretamente, entre crianças de quatro anos a idosos de 87. Fora as pessoas envolvidas que agregaram os coletivos. Cerca de 22 municípios se envolveram no evento.

 “O Global Big Day 2022 foi realmente incrível para Mato Grosso do Sul, que registrou 336 espécies de aves, o maior registro no estado em 24 horas em relação às outras edições do evento. Ficamos em 5º lugar no país, nossa melhor classificação em nível nacional nesse evento. Isso mostra que a mobilização de trade e poder público dá um ótimo resultado”, explicou o biólogo Edson Moroni, que também é um dos organizadores do Clube de Observadores.

Ave Príncipe. (Foto: Geancarlo Merighi)

Os três destinos hotspots foram: Pousada Aguapé, com observação de 222 espécies de aves; em terceiro ficou a Fazenda San Francisco, com 205; e em décimo lugar a Pousada Xaraés, com 133 espécies de aves.

 “A cada ano temos mais adeptos nesta prática que vem fortalecendo o turismo e fomentando destinos inteligentes pelo MS, uma vez que envolve a valorização da biodiversidade, a inovação, o uso de tecnologias e plataformas colaborativas numa perspectiva de sustentabilidade e de valorização ao que temos de mais importante, a vida”, disse Simone Mamede, do Instituto Mamede de Pesquisa Ambiental e Ecoturismo.

Aos amantes da observação de aves, o cenário é promissor para o turismo, uma vez que a biodiversidade atraia atenção do mundo todo para Mato Grosso do Sul.  “É muito importante que o Estado entenda o funcionamento do segmento de observação de aves e apoie seu desenvolvimento considerando esses canais”, salienta Karla Cavalcanti, diretora de Promoção e Mercado da Fundtur MS.

O próximo Global Big Day, considerado um dia de celebração internacional da biodiversidade, está previsto para acontecer em outubro deste ano.

(Foto: Lucas Romero/Governo do Estado)

Registro de pássaros raros

O Parque das Várzeas do Rio Ivinhema chegou a registrar 122 espécies em menos de 10 horas, ainda assim porque a chuva não permitiu que a equipe avançasse pela noite em busca de espécies noturnas. No Parque Estadual do Prosa as equipes encontraram várias espécies endêmicas do Cerrado, sobretudo as dependentes de ambientes florestais, o Parque Natural Municipal do Córrego Cumandaí, em Naviraí, a RPPN Estância Mimosa e a RPPN Boca da Onça.

 “Novos destinos se tornarão conhecidos e outros já consagrados ganham mais notoriedade como hotspots, nos quais os passarinheiros têm a chance de encontrar de 140 a mais de 200 espécies em um único dia. O esforço coletivo rendeu alegrias, motivação, sentimento de comunhão, pertencimento, novas percepções sobre a vida e a natureza, além de registros de novas ocorrências e de aves raras e ameaçadas como o tesoura-do-campo, encontrado pela primeira vez em Anaurilândia e o socó-boi-jararaca”, conclui a ornitóloga Maristela Benites, do Instituto Mamede.

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