Três dias após o Jornal Midiamax denunciar a continuidade da Comunidade Terapêutica Filhos de Maria, em Campo Grande, operação envolvendo polícia e Defensoria Pública amanheceu no espaço localizado na Chácara dos Poderes, nesta quinta-feira (12). Porém, não encontrou ninguém.
Os pacientes ali internados na última segunda-feira (9), bem como funcionários que conversaram com a equipe do Jornal Midiamax, não estavam mais na chácara onde funciona a clínica. Apenas funcionários que executam uma obra de reforma.
Acontece que nesta semana, após a publicação da reportagem, homem que se intitulava filho do dono, ligou para o jornal e desferiu acusações. Na oportunidade, marcou uma entrevista com a equipe, mas não compareceu.
A Filhos de Maria foi interditada em outubro de 2024 e, mesmo após as denúncias, voltou à ativa, no mesmo endereço, porém com nome diferente. A comunidade é investigada por práticas de maus-tratos aos pacientes.
Funcionária confirmou atuação
Na segunda-feira (9), o Jornal Midiamax esteve no local, que funcionava com outro nome, Renascer. Mas, oferecendo o mesmo serviço da Filhos de Maria, atendimento a pacientes com saúde mental afetada, dependência química, toxicomaníacos e alcoólicos.
Em outubro do ano passado, por meio de denúncias anônimas, numa investigação conduzida pela Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, a clínica teve o funcionamento suspenso. As denúncias envolviam práticas de tortura, maus-tratos e ainda supermedicação dos pacientes.
Funcionária confirmou que, a agora Renascer, tinha 9 pacientes internados. Disse também que a internação de um paciente gira em torno de R$ 1,5 mil por mês. Na oportunidade, afirmou que novos pacientes chegariam na próxima semana.

Interdição
No dia da interdição da clínica, noticiada pelo Midiamax, 25 de outubro, por meio de comunicado, a defensora pública Eni Maria Sezerino Diniz disse: “Há algum tempo recebemos relatos sobre práticas de tortura, maus-tratos e supermedicação dos internos. Já vínhamos atuando nesse caso, e a inspeção foi um desdobramento natural do nosso trabalho”.
Também segundo a defensora, 95 homens estavam na clínica em condições indignas, “muitos dopados [pacientes] e sem atendimento médico adequado”.
Além de realizar a remoção dos pacientes, a defensoria acionou outros órgãos, como o Conselho Nacional de Psicologia e o Conselho Regional de Farmácia e, ainda, a Polícia Civil, convocada para tomar depoimentos e produzir o boletim de ocorrência.
Também no dia da operação, a polícia informou por comunicado que “foi registrado um boletim de ocorrência por maus-tratos e cárcere privado e instaurado um Inquérito Policial para apurar as denúncias”.
À época, o comando da clínica não se manifestou. Depois disso, o jornal publicou reportagem dizendo que a clínica seguia aberta, funcionando.
O que diz a clínica
Depois da visita sem se identificar, a reportagem ligou para a Clínica Renascer e conversou com a mesma enfermeira. Desta vez, antes do diálogo, informou que era um repórter que estava do outro lado da linha.
Então, ela tratou do assunto com reservas. Disse que o local teria sido alugado, mas depois pediu que a reportagem fosse até lá e conversasse com quem “atendesse”.
Ela confirmou que a comunidade terapêutica Filhos de Maria tinha sido interditada e que não havia como comentar o assunto por tratar-se de demanda judicial tocada em segredo.
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