A Câmara de vota nesta terça-feira (23), o requerimento para pedido de abertura de comissão processante contra a prefeita da cidade Vanda Camilo (PP). O documento foi lido e protocolado pelo vereador Enelvo Felini Júnior (PSDB) na última sessão da Casa de Leis que aconteceu no dia 16 deste mês.

“Sei que todos que estão aqui pedem uma Sidrolândia mais limpa e transparente. Peço que todos os vereadores se atentem a nossa responsabilidade de fiscalização, e em atenção a todos os moradores de Sidrolândia”, disse Enelvo na última sessão.

Ao Jornal Midiamax, Enelvo Júnior disse que a investigação mostra inúmeros indícios de fraude e ilegalidade em licitações. “Teve um monte de prisão. Nossa obrigação como vereador é fiscalizar o município. Conto com o apoio de todos os vereadores na hora da votação, que será a semana que vem”, apontou.

A vereadora Christina Fiuza (MDB), vice-presidente da Câmara de Sidrolândia, afirmou que é favorável à CPI. Na última semana, a parlamentar pediu esclarecimentos à prefeitura. “Nós já fizemos uma CPI no passado e acho que o nosso papel é fiscalizar. Seguimos ajudando no que for necessário e fiscalizando”, apontou.

Regime de urgência

Os moradores presentes na sessão reclamaram que para outras pautas, como doação de área para a Inpasa na semana passada, o pedido foi analisado em regime de urgência. “A cidade está no olho do furacão, um centro de corrupção, e não votam em urgência? Vai ficar para a semana que vem?”, reclamou uma professora, que preferiu não se identificar.

O clima esquentou na Casa de Leis. Um dos moradores se levantou e questionou os parlamentares durante a sessão. “Essa investigação deveria ser do interesse de vocês, assim como tantas outras coisas que vocês votam em regime de urgência”, apontou.

A população tem se mobilizado para acompanhar a sessão desta terça na Casa de Leis da cidade.

Escândalos de corrupção

A Prefeitura de Sidrolândia está envolvida em escândalos após a deflagração da Operação Tromper, que investiga possíveis fraudes de corrupção na gestão municipal.

O genro da prefeita, vereador Claudinho Serra (PSDB), foi preso no dia 3 de abril, acusado de ser o suposto mentor do esquema criminoso que desviava recursos públicos na época em que foi secretário de Fazenda.

Em outubro do ano passado, também em decorrência da Operação Tromper, o relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra a prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP), pedia abertura de Comissão Processante por irregularidades e indícios de improbidade administrativa.

O relatório apontava indícios de ilegalidades em três contratos. Havia suspeita de dano ao erário, direcionamento e contratadas que não foram executadas.

Apesar do relatório, Vanda escapou de investigação por ter, à época, maioria dos vereadores na sua base de apoio na Câmara.

Vereador preso

Vereador de , Claudinho Serra (PSDB) foi preso após mandado de prisão autorizado pela Justiça por suspeitas de esquema de corrupção, durante a terceira fase da Operação Tromper.

O parlamentar é ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia e genro da prefeita Vanda Camilo.

Ele foi um dos oito alvos de prisão da operação, comandada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao ) e da , que apura corrupção na prefeitura de Sidrolândia.

Foram cumpridos também 28 mandados de busca e apreensão por suspeita de corrupção em contratos de asfalto, segundo divulgou o MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul).

A investigação, tocada pela 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Sidrolândia, ratificou a efetiva existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, bem como o pagamento de propina a agentes públicos municipais.

Também foi identificada nova ramificação da organização criminosa, atuante no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica. Os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 15 milhões.

A operação contou com o apoio operacional do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, além da assessoria militar do MPMS.