Conhecido por ter uma personalidade enérgica e temperamento impetuoso, um dos personagens mais populares da Walt Disney, o ‘Pato Donald' é o apelido usado por Kleverton Bibiano Apolinário da Silva, suspeito de ser o mandante do atentado que acabou na morte de Aysla Carolina de Oliveira Neitzke e Silas Ortiz, ambos de 13 anos, em .

Kleverton tem apenas 22 anos, mas uma extensa ficha criminal e, inclusive, tem um ato infracional cometido quando adolescente.

Cinco suspeitos de envolvimento no crime ocorrido na noite de sexta-feira (3), no Jardim das Hortências, foram presos, entre eles, Kleverton, que já estava encarcerado no Presídio de Segurança Máxima.

Dois homens em uma motocicleta foram até a Rua Flor de Maio e efetuaram cerca de 14 disparos contra o alvo, identificado como Pedro Henrique. Porém, os tiros atingiram os adolescentes Aysla e Silas, que tomavam tereré em frente de casa. O alvo ficou ferido na perna.

Entre as passagens de Pato Donald estão: furto, desacato, tráfico de drogas, receptação, posse ilegal de arma de fogo de uso permitido, homicídio simples na forma tentada e evasão de local de custódia legal. 

Agora, além dessas passagens, Kleverton acumula em sua ficha o crime de homicídio qualificado com emprego de arma de fogo de uso restrito de uso restrito ou proibido, ocorrido na noite de sexta-feira (3) que acabou na morte dos dois adolescentes. 

A ficha criminal de Pato Donald começou a ser ‘preenchida' em abril de 2020, quando ele entrou no Ptran (Presídio de Trânsito) da Capital. Dias depois, ele mudou de cela e permaneceu na unidade até janeiro de 2021. 

No dia 7 de janeiro, o criminoso passou a ficar encarcerado no Presídio de Segurança Máxima, em Campo Grande, onde ficou até novembro. Em seguida, Pato Donald foi transferido para o presídio da Gameleira, porém, devido a uma evasão, retornou a Máxima no dia 14 de janeiro de 2022. 

Em março de 2022, houve uma progressão de regime e Kleverton foi novamente levado para a Gameleira, ficando até o mês de maio. 

O criminoso retornou para o Presídio de Segurança Máxima em junho, passou por mudanças de cela e, em agosto do ano passado, foi encarcerado novamente na Gameleira, permanecendo na unidade até o mês de outubro. 

Já em 16 daquele mesmo mês, Pato Donald deu entrada na Máxima, onde permaneceu até essa segunda-feira (6). Ele foi levado para o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) para prestar depoimento sobre a execução dos adolescentes e atentado contra Pedro Henrique. 

Além da extensa ficha criminal de Kleverton, tatuagens de palhaço, irmãos metralha e Tio Patinhas se espalham pelos braços, pernas e pescoço dele.

Atentado contra traficante foi planejado há 2 semanas

O atentado contra o traficante identificado como Pedro Henrique planejado há 2 semanas, em Campo Grande, que acabou na morte de Aysla Carolina de Oliveira Neitzke e Silas Ortiz, ambos de 13 anos, por engano, está sendo investigado pelas autoridades policiais. Isso porque a arma usada foi ‘arrumada' dentro do Presídio de Segurança Máxima.

Cinco envolvidos no crime foram presos entre o fim de semana e esta segunda-feira (6). João Vitor de Souza Mendes, de 19 anos, se apresentou nesta tarde, acompanhado dos advogados Amilton Ferreira e Larissa Almeida.

Na tarde desta segunda, os delegados Guilherme Scucuglia Cezar e Pedro Henrique Pillar Cunha, do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) revelaram que a motivação da execução seria uma disputa pelo tráfico de drogas na região do Jardim das Hortências. 

Cinco pessoas foram presas, entre elas um motorista de aplicativo que deu apoio a dupla que efetuou os disparos. Um dos presos, Kleverton Bibiano Apolinário da Silva, já estava encarcerado na Máxima e estaria ‘monitorando em tempo real' os passos de policiais que atuam na elucidação do duplo assassinato. Ele foi levado para o Garras para ser ouvido. 

execução de Pedro Henrique estava sendo planejada há pelo menos 2 semanas, segundo apurou o Garras. Ele também foi ouvido na delegacia.

Os criminosos aguardam por audiência de custódia, onde o Poder Judiciário decidirá sobre a prisão preventiva ou liberação deles. 

Arma usada para matar adolescentes foi ‘arrumada' dentro da Máxima

As execuções dos adolescentes chamaram a atenção para a guerra do tráfico de drogas em andamento nas ruas de Campo Grande. Além disso, revelam como o Presídio de Segurança Máxima da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) se tornou ‘escritório' de onde traficantes comandam a bandidagem.

De acordo com o apurado pelo Jornal Midiamax, um detento do presídio de Segurança Máxima de Campo Grande estaria implicado no ‘fornecimento' da pistola usada para matar Aysla e Silas no Jardim Hortência, no último dia 3.

Kleverton Bibiano Apolinário da Silva estaria por trás do acesso a pelo menos uma das armas usadas no crime. Além disso, de dentro da unidade da Agepen, o preso estaria ‘monitorando em tempo real' os passos de policiais que atuam na elucidação do duplo assassinato.

No submundo do narcotráfico em Campo Grande, Kleverton é apontado como suposto chefe da venda de drogas na região das Moreninhas. No entanto, de dentro da cadeia, sob custódia e proteção oficial da Agepen, o detento estaria expandindo as atividades para outros bairros campo-grandenses.

Assim, estaria com bocas de fumo no bairro Aero Rancho e supostamente organizaria os comparsas para disputa pelo controle do território no Jardim das Hortênsias, onde uma execução por dívida de droga acabou na morte dos dois adolescentes que não tinham nada a ver com a guerra do tráfico.

A reportagem confirmou com documentos oficiais que Kleverton se encontra sob custódia na Segurança Máxima. Segundo servidores da unidade da Agepen, ele chegou a ser ouvido por policiais durante este fim de semana após flagrarem mensagens dele ‘orientando' os investigados pela morte dos adolescentes.

“O presídio onde o detento está é de segurança máxima só no nome”, concordam servidores da segurança pública de Mato Grosso do Sul que falaram com a reportagem.

Aysla e Silas, mortos por engano em briga de traficantes em Campo Grande (Reprodução)