Na manhã desta terça-feira (5), um grupo de assistentes das Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil) se reuniu com o vereador João Rocha (PP) para debater o salário atual da categoria, que atualmente é de R$ 1,5 mil, e o déficit de profissionais dentro das salas de aula, motivos que geraram a paralisação de assistentes em unidades de educação infantil nesta terça, em Campo Grande.

Natali Pereira, uma das representantes da classe, afirmou que ainda esta tarde as assistentes se reunirão com Lucas Henrique Bitencourt, secretário da Semed (Secretaria Municipal de Educação), em horário a definir.

Ela afirma que, caso não haja um consenso e a proposta salarial não seja consentida, ainda esta semana deve haver nova paralisação. A expectativa é que as assistentes voltem ao trabalho nesta quarta-feira (6).

Novo edital com salário de R$ 1,9 mil

Enquanto diversas profissionais pediam por mudança, a Prefeitura de Campo Grande publicava no Diário Oficial desta terça-feira, o edital n° 06/2024-01 com processo seletivo simplificado para contratação de 1.578 assistentes de educação infantil e remuneração de R$ 1,9 mil.

Não fica claro, no entanto, se o reajuste também será aplicado às profissionais já contratadas. A reportagem questionou a prefeitura a respeito, mas não houve resposta até a publicação deste texto.

“A Semed vai ter que participar da conversa pra que possam ouvir a nossa realidade. Eles não ouviram a categoria”, pontua Natali. “Eles ficam no ‘arzinho’ e a gente em sala superlotada, num espaço pequeno atendendo 24, 25, 27 crianças”, acrescenta.

Para reportagem do Jornal Midiamax, a categoria afirmou que voltará às atividades nesta quarta-feira (6), mas, caso a definição da reunião de hoje não seja satisfatória, notificará os pais, seguindo com os trâmites legais, e em 72h realizará nova paralisação.

‘Prefeita, cadê você?’

A falta de diálogo com a prefeitura foi o que contribuiu para a paralisação desta quarta. Algumas Emeis como a Emy Ishida Nogueira, na Rua Antônio Maria Coelho, não abriu para atendimento das crianças em razão da falta das assistentes.

Outra unidade sem aulas para crianças da educação infantil é a Eleodes Estevan, localizada na Avenida Afonso Pena, bem ao lado do Paço Municipal.

Uma das reivindicações das profissionais é por melhores salários, já que a remuneração das assistentes é de cerca de R$ 1,5 mil. Em manifestação, as profissionais afirmam que precisam de aumento salarial e querem ser ouvidas pela prefeitura para a elaboração de um novo edital.

“Me sinto humilhada, porque cuidamos de até 26 crianças por sala de aula e o salário não dá para nada. Ainda preciso fazer trabalhos por fora para conseguir uma renda melhor”, diz outra assistente. Na Emei localizada na Antônio Maria Coelho, há um déficit de 8 profissionais, conforme as assistentes.

“A nossa principal reivindicação é a falta de funcionário. Começamos o ano letivo, muitas crianças, tem sala que falta uma assistente, tem sala que faltam duas. Estamos sobrecarregadas, então estamos pedindo ajuda”, afirma uma das assistentes que reivindica melhores condições de trabalho.

Mesmo pegas de surpresa, famílias apoiam movimento

Na Emei Eleodes Estevan, que fica na Afonso Pena, os pais estavam chegando até a unidade e sendo surpreendidos com a informação, repassada pelos funcionários. Os alunos dos berçários I e II foram dispensados.

Jéssica Gonçalves também foi pega de surpresa. Assim como muitos pais, ela foi surpreendida com a paralisação. Embora isso afete sua rotina de estudos, ela concorda com a paralisação e entende a decisão dos profissionais.

“Não teve aviso prévio, mas não tiro a razão delas. O salário é muito pequeno, elas trabalham bastante e isso ninguém vê”, afirma.

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