Um dos três policiais militares que foram presos depois de arrastar por pelo menos 350 metros o corpo de Claudia Silva Ferreira, que ficou pendurada no pino de reboque do porta-malas de uma viatura, disse em depoimento que “o banco traseiro da Blazer estava ocupado por armas e coletes à prova de balas”. De acordo com o regulamento da PM, Claudia, que era mãe de quatro filhos e ainda cuidava de mais quatro sobrinhos, deveria ter sido levada no banco, e jamais no porta-malas.

Segundo o subtenente Adir Serrano Machado, que colocou o corpo da vítima na viatura, a tampa do porta-malas estava fechada, mas os moradores teriam batido na maçaneta do espaço onde se encontrava Claudia. O sargento Alex Sandro da Silva Alves, por sua vez, declarou que “pessoas tentavam abrir a porta traseira da viatura” na saída da comunidade onde a auxiliar de limpeza foi baleada durante uma ação policial.

Thaís da Silva, uma das filhas de Claudia, disse que conseguiu ver muito claramente o braço de sua mãe saindo pelo porta-malas aberto da Blazer. “A mala saiu daqui aberta. Eles jogaram minha mãe lá dentro e correram para dentro do carro”, revelou Thaís.