Operação Vox Veritatis (Voz da Verdade), da Polícia Federal, revelou esquema milionário de corrupção envolvendo licitações da SED (Secretaria de Estado de Educação), durante a gestão do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
Apontado como o principal operador do esquema, o empresário Marcelo Américo dos Reis é citado diversas vezes em relatório de investigação da PF.
Os investigadores apontam diversas situações que acreditam tratar-se de pagamento de propina do empresário para o ex-adjunto da SED, Édio Antônio Resende de Castro.
O repasse do dinheiro ‘sujo’ era feito de diversas formas. Há indícios de pagamentos feitos em ‘cafés’ marcado entre os dois e até mesmo dinheiro levado em envelope dentro da SED. Tudo está nas investigações da PF.
Em trecho do relatório o qual o Jornal Midiamax teve acesso, a PF afirma que foram vários encontros entre os dois. “Conforme será exposto, em várias ocasiões, MARCELO e EDIO marcaram encontros pessoais. Diante dos elementos colhidos que serão tratados, entendemos estar demonstrado que tais encontros eram realizados para pagamentos de propina, razão pela qual entendemos que cada um deles demonstra ter ocorrido uma solicitação de vantagem indevida feita pelo segundo ao primeiro, configurando crimes de corrupção passiva, sendo fatos relativamente recentes (2022), ocorridos de forma reiterada“.
Marcelo questiona valor da propina: ‘não tô entendendo esse cálculo’

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Em uma das várias situações em que os investigados estariam combinando os pagamentos da propina, Marcelo, conhecido como Marcelinho Carioca, em conversa por WhatsApp com outro empresário investigado, Leonardo Primo de Araújo, questiona valores de propina que seriam cobrados por Edio.
As conversas estão no contexto da licitação da SED para comprar mobília para escolas. Então, Marcelo envia a Leonardo um relatório de notas fiscais relativo ao período de 13 de janeiro a 4 de fevereiro de 2022, no valor total de R$ 11.248.898,00.
Então, Leonardo questiona como vão juntar R$ 1 bilhão (que deve ser erro de digitação), referindo-se a alguém a quem eles chamam de ‘sistema solar’, que seria do alto patamar da administração estadual.
Para a PF, a conversa refere-se ao pagamento de propina no valor de R$ 1 milhão. Mas, Marcelo envia áudios contestando os valores: “Não tô entendendo esse cálculo dele, de comissão vai dar 1.687.000,00. E vai arrumar 1 milhão? E aí?”
E, por fim, Marcelo diz a Leonardo que vai ‘resolver’: “Sem chance. Amanhã falo com ele. Tem que ser proporcional. Comprou 30 milhões licitados. Pagou 11 Vai receber 1/3 da comissão. Enfim”.
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PF pediu prisão de empresários e ex-adjunto da SED
Ao final do relatório, assinado pelo delegado da PF, Marcos André Araújo Damato, pede a prisão de todos os investigados.
Para embasar o pedido, o delegado afirmou que os crimes imputados aos investigados somam penas que podem ultrapassar os quatro anos de prisão, para a “garantia da ordem pública”.
Assim, a PF pediu a prisão de Marcelo, Leonardo e Édio. No entanto, o pedido foi negado pelo juiz da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Bruno Cezar Cunha da Teixeira.
No entanto, foram autorizados o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, além da quebra do sigilo bancário e fiscal dos três e das empresas ligadas a eles. Somente Marcelo tem dez CNPJs o qual aparece como sócio.
A reportagem tentou contato via e-mail oficial de Marcelo cadastrado junto à Receita Federal e até mesmo em uma de suas empresas de marketing, mas não obtivemos retorno. Na empresa, um funcionário apenas disse que Marcelo estava no Rio de Janeiro. Caso o empresário envie posicionamento, atualizaremos o texto.
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