Novas conversas podem expandir operação que revelou esquema de corrupção chefiado por Claudinho Serra
Dados extraídos de 43 aparelhos apreendidos contêm conversas, áudios e imagens
Gabriel Maymone –
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Trocas de mensagens no WhatsApp entre investigados na Operação Tromper podem resultar em nova fase da ação, que revelou esquema de corrupção em Sidrolândia, chefiado pelo ex-vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB).
Relatório dos dados extraídos foi concluído pelo MPMS (Ministério Público de MS) e apresentado à Justiça. No total, foram examinados 43 dispositivos – entre celulares, notebooks, pendrives e HDs externos – apreendidos de 23 investigados, entre pessoas físicas e empresas. No entanto, não constam dados extraídos de algum aparelho que pertença ao ex-vereador, apontado nas investigações como o ‘cabeça’ da corrupção.
Conforme o documento, foram extraídos diversos dados como SMS, mensagens de WhatsApp entre textos, áudio, imagens e vídeo, além de diversos arquivos digitais como planilhas, documentos e outros.
A expectativa é que as novas evidências devem ampliar o escopo das investigações, assim como ocorreu nas duas primeiras fases. A apreensão de celulares foi essencial para que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) chegasse a Claudinho Serra, apontado como o ‘chefe’ do esquema que desviou milhões dos cofres públicos do município a 70 km de Campo Grande, enquanto era secretário de fazenda.
Um exemplo disso é o caso do empresário Ueverton Macedo da Silva, que se tornou réu por obstrução da Justiça justamente por esconder um de seus aparelhos de celular das equipes de investigação do Gaeco, que não conseguiram localizá-lo. Em depoimento, Ueverton teria dito que deixou o dispositivo em um bunker na sua residência. À reportagem do Jornal Midiamax, o operador do esquema confirmou que não entregou o celular, mas negou que estivesse em um bunker.
Apesar de todo o material levantado, dados armazenados em servidores remotos, ou seja, que não estavam nos dispositivos, não puderam ser extraídos, já que seria uma investigação online e, para isso, seria necessário autorização judicial específica.
“As evidências foram indexadas e organizadas em sistemas de gerenciamento de pesquisa, e os dados extraídos deverão ser entregues ao GECOC através de link disponibilizado em ambiente seguro – Cabine Virtual no âmbito do MPMS para a análise do titular responsável”, explica a equipe técnica do MP.
Então, os aparelhos apreendidos que tiveram dados extraídos na investigação pertencem aos seguintes investigados:
- Luiz Gustavo Justiniano Marcondes
- Roger William Thompson Teixeira De Andrade
- Heberton Mendonça Da Silva
- Carmo Name Junior
- Valdemir Santos Monção
- Yuri Moraes Caetano
- Janio Jose Silverio
- Thiago Rodrigues Alves
- Paulo Vitor Famea
- Ueverton Da Silva Macedo
- Roberta De Souza
- Maxilaine Dias De Oliveira
- Mp Assessoria
- Jacqueline Mendonça Leiria
- Marcus Vinicius Rossentini De Andrade Costa
- Edmilson Rosa
- Gc Obras De Pavimentacao Asfaltica
- Cleiton Nonato Correia
- Ana Claudia Alves Flores
- Rafael Soares Rodrigues
- Izaquel De Souza Diniz
- Cgs Construtora E Serviço
- Ar Pavimentacao E Sinalizacao
Esquema de corrupção em Sidrolândia
Ex-vereador pelo PSDB, Claudinho Serra é ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia e genro da prefeita Vanda Camilo. Está implicado nas investigações da 3ª fase da Operação Tromper, deflagrada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) com apoio do Gaeco.
Claudinho Serra e outros 21 viraram réus, em 19 de abril, após o juiz da Vara Criminal da comarca de Sidrolândia, Fernando Moreira Freitas da Silva, aceitar a denúncia apresentada pelo MPMS.
O vereador é acusado de chefiar um suposto esquema de corrupção e de fraudes a licitações enquanto era o chefe da Secretaria de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia, durante a gestão da sogra, a prefeita Vanda Camilo (PP).
Investigações do Gecoc e delação premiada do ex-servidor Tiago Basso da Silva apontam supostas fraudes em diferentes setores da Prefeitura de Sidrolândia, como no Cemitério Municipal, na Fundação Indígena, abastecimento da frota de veículos e repasses para Serra feitos por empresários. Os valores variaram de 10% a 30% do valor do contrato, a depender do tipo de “mesada”.
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