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Transparência

Com ação correndo na Justiça, JBS pode ter que mudar para o Núcleo Industrial se mau cheiro persistir

MPMS denunciou JBS na Justiça após pressão de moradores e denúncia no Conselho Nacional
Fábio Oruê -
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jbs
Unidade de couro da JBS (Arquivo, Jornal Midimax)

Após o MPMS (Ministério Público de ) levar o caso do mau cheiro à Justiça de MS, a JBS pode ter que se mudar para o Núcleo Industrial, na saída de , caso o problema persista.

Moradores dos bairros Nova Campo Grande e Carioca são os que mais sofrem com o mau cheiro e já lotam o judiciário com ações contra o frigorífico. Após longo inquérito civil, a negativa da empresa em firmar um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) e a pressão dos moradores com denúncia até no (Conselho Nacional do Ministério Público), o MP decidiu levar a situação para a Justiça.

A tão cobrada ação do MPMS e junta aos mais de 200 processos individuais de moradores que tentam a intervenção do poder público na situação que já dura mais de 14 anos.

Dentre os pedidos, caso no decorrer do processo seja verificada a inviabilidade da permanência da empresa no local, o MP quer que seja planejado o deslocamento da unidade de produção de farinha base para ração animal, ou de toda a planta produtiva da JBS, para o Núcleo Industrial, no Indubrasil, ou outro local adequado à atividade, em até um ano. 

Como medidas mais emergenciais, caso o juiz acate os pedidos da promotoria, a JBS terá que detectar e reparar possíveis avarias no sistema de exaustão e providenciar, dentro de 60 dias, o plantio de cortina de árvores em todo perímetro do terreno. 

Além das medidas imediatas, outra frente da Ação Civil Pública proposta pelo MPMS requer a condenação da JBS a apresentar, em até quatro meses, projeto técnico para cobrir, vedar e isolar as unidades com maior emissão de gases com maus odores. Após aprovação do projeto pelo , ele deverá ser executado na totalidade em até seis meses. 

Além disso, o MPMS deu valor de R$ 100 mil à causa, para fins eminentemente fiscais e processuais, conforme o documento.

Descaso do MPMS

Reportagem do último dia 17 de fevereiro do Jornal Midiamax mostrou denúncia feita por morador do bairro ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), alegando que ‘cansou de esperar por respostas que nunca chegam’. Então, ele pede que a Corregedoria Nacional investigue o porquê o MPMS não conseguiu resolver a situação mesmo após tantos anos.

Nesta ação, de janeiro de 2025, a família composta por um casal com três filhos menores de idade apela à Justiça para que algo seja feito, alegando descaso. “A situação, apesar de conhecida das autoridades, se arrasta há anos e parece não ter solução próxima”, diz trecho da inicial.

Na inicial, a defesa da família reforça que ‘desistiu’ de esperar ação do MPMS. “Flagrante a inércia dos órgãos competentes, foram realizados diversos pedidos de ajuda ao Ministério Público Estadual e Imasul, mas a Requerida continua “imune”, em pleno funcionando e lançando suas “fumaças tóxicas” de forte mau cheiro causando dores de cabeça, enjoos e até vômitos nos moradores da região”.

No decorrer de inquérito civil que tramitou no MPMS, o órgão ministerial pediu que o Imasul vistoriasse a unidade, e também promoveu três vistorias, em diferentes ocasiões, que resultaram em relatórios técnicos, constatando as causas do mau cheiro.

O MPMS propôs à JBS uma solução extrajudicial, por meio de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), que não foi aceita. 

Nova fiscalização confirma emissão de ‘forte odor’ e manda JBS tomar providências

A novela sobre forte odor emitido pela planta da JBS no bairro Nova Campo Grande ganha novos capítulos e o problema continua em 2025. Nova fiscalização constatou que a unidade frigorífica continua exalando mau cheiro e determinou uma série de providências à gigante de alimentos.

Leia também – Série de acordos com MPMS e multa de meio milhão não acabam com ‘fedor sem fim’ em Campo Grande

Recentemente, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) recebeu novas denúncias de moradores dos arredores do frigorífico sobre ‘odor terrível’ vindo da JBS.

Os técnicos confirmaram os relatos dos moradores e, através de estudos e análises, concluíram que é possível haver incômodo a partir do forte odor emitido pela produção do frigorífico. “Relevante destacar que em situações de constante percepção/inalação desses odores pela comunidade adjacente ao frigorífico, o incômodo pode surgir”.

Isso ocorre devido a uma série de ‘falhas’, segundo os técnicos, que devem ser sanadas. Por exemplo, a nova vistoria constatou que “foi possível confirmar a presença de aberturas capazes de permitir o escape de gases oriundos do processo produtivo”.

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