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Transparência

Após negar recurso, Justiça tenta ‘conciliar’ Nasa Park e família vítima do rompimento da barragem

Rompimento da barragem do condomínio Nasa Park devastou mais de 10 propriedades rurais
Fábio Oruê -
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Represa era irregular e secou após rompimento da barragem em agosto de 2024 (Divulgação, Defesa Civil)

A Justiça de vai tentar conciliação entre uma família que perdeu tudo com o rompimento da barragem no em , em agosto de 2024, e a empresa responsável pelo lago, o Nasa Park.

Conforme os autos da ação movida por oito integrantes da mesma família, a Justiça marcou audiência de conciliação entre as partes para o dia 9 de julho, quase um ano após a tragédia, que devastou quilômetros por onde a água do lago passou.

Plantações, residências, animais, vegetação nativa, pontes e carros que estavam no caminho da água que desceu com o rompimento da barragem que segurava o lago — principal atrativo do condomínio.

Ação de  pede, além da restituição, celeridade no pagamento dos valores referentes à alimentação da família, o que o juízo deferiu. Entretanto, o agravo de instrumento movido pelo Nasa Park tentou evitar o pagamento.

Eles alegaram que não existiam provas suficientes dos fatos alegados e o pagamento poderia gerar lesão grave ou de difícil reparação. Assim, a empresa diz que esse prejuízo jamais seria restituído.

Porém, a juíza Sandra Regina Artioli considerou que há necessidade do pagamento alimentar, uma vez que a propriedade ficou destruída, retirando o sustento da família.

Família pede indenização

Ao todo, oito pessoas da mesma família estão movendo o processo de indenização contra o empreendimento, responsável pela barragem rompida em agosto de 2024, destruindo 11 propriedades rurais no entorno.

“Noutro vértice, existe, ainda, risco de dano in verso [sic], considerando que a suspensão do pagamento dos alimentos comprometeria a própria sobrevivência dos agravados, já impactados pelo desastre ambiental causado, em tese, pelos agravantes”, relata a juíza na decisão.

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Casa da família afetada pelo rompimento da barragem do Nasa Park. (Arquivo, Jornal Midiamax)

Justiça suspende ação após acordo milionário

Justiça de Mato Grosso do Sul suspendeu, por seis meses, ação movida pelo MPMS (Ministério Público de MS) contra o Nasa Park. O feito cobra R$ 35 milhões do empreendimento pela tragédia ambiental causada pelo rompimento da barragem.

A decisão do juízo da Vara de Bandeirantes foi publicada no Diário da Justiça do dia 20 de maio deste ano. “Defiro o pedido de suspensão do feito, pelo prazo de 6 meses, conforme requerido pelo Ministério Público. Aguarde-se em arquivo provisório”.

Assim, no fim do ano passado, reunião dos proprietários do Nasa Park com famílias atingidas pelo rompimento da barragem estimou indenização de R$ 1,3 milhão para 11 pequenos produtores.

A reunião com tentativa de solução consensual foi mediada pelo MPMS e acordados três pontos que serão protocolados em acordo formal. Os pontos incluem recuperação ambiental, segurança e indenização.

Rompimento da barragem

Diversas famílias acabaram diretamente afetadas pela enxurrada causada após 800 milhões de litros de água terem extravasado do lago artificial criado, sem autorização de órgãos ambientais, no loteamento de luxo Nasa Park.

Logo, a água virou lama e saiu não somente arrastando, mas também destruindo tudo o que encontrava pela frente, por quilômetros. Entre os maiores prejuízos contabilizados está a devastação do meio ambiente, já que áreas de preservação, animais e vegetação não tiveram saída.

barragem defesa civil nasa park
Residência atingida em meio ao lamaçal deixado pela enxurrada (Arquivo, Jornal Midiamax)

Acordo firmado pelo Nasa Park

No dia 11 de dezembro do ano passado, o MPMS reuniu o grupo de vítimas para mediar uma tentativa, conforme os empresários do loteamento Nasa Park. 

Como resultado, ficou definido que os sócio-proprietários do empreendimento deveriam cumprir uma série de diretrizes, entre elas:

1 – Recuperação ambiental. Em dezembro de 2024, os proprietários do empreendimento apresentaram um projeto de recuperação ambiental de toda a região do entorno da barragem. Segundo o Ministério Público, a medida inclui todas as propriedades afetadas, margens do rio, mata ciliar, cercamento, plantio de mudas e tudo que tiver determinado em um estudo técnico, que passará por análise do órgão ambiental (Imasul). 

2 – Segurança. Também em dezembro, segundo o MP, os empresários do Nasa Park ainda protocolaram o pedido de licenciamento de recuperação da barragem e do loteamento, apresentando todos os documentos necessários para a segurança da barragem, seguindo aquilo que está na legislação, conforme o órgão.

3 – Danos financeiros. Ainda segundo o MPMS, das 11 vítimas que estiveram presentes nas negociações, os investigados concordaram em indenizar o pedido integral de sete. Para as demais, apresentaram contraproposta, que não foi aceita pelas vítimas por acreditarem que não cobriam os danos sofridos.

Logo após a tragédia, o MPMS afirmou que a estimativa do órgão era de que R$ 5,3 milhões seriam pagos em indenizações.

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