Justiça mantém prisão de ex-diretor do HRMS acusado de desvios de R$ 20 milhões

Ex-diretor foi preso em junho deste ano

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hrms ex-diretor
Hospital Regional (Foto: Ana Laura Menegat, Midiamax)

Decisão da Justiça publicada nesta terça-feira (3) negou pedido de liberdade do ex-diretor do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), Rehder dos Santos Batista. O ex-servidor é acusado de desvios de R$ 20 milhões de recursos públicos do Estado.

Assim, a Justiça destacou que ainda são válidos os “requisitos fáticos e motivadores” da prisão preventiva de Rehder. Além disso, pontuou que a defesa do ex-diretor não apresentou resposta à acusação. Logo, intimou novamente para manifestação da parte nos autos.

Conforme noticiado pelo Jornal Midiamax recentemente, Rehder foi preso no início de junho em Itajaí, Santa Catarina, onde estava morando. O desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva, da 3ª Câmara Criminal, expediu mandado de prisão preventiva. 

Também é acusado de desvio o ex-diretor do HRMS, Aldenir Barbosa do Nascimento, conhecido como Guga – atual prefeito de Novo Horizonte do Sul (MS). Outros réus são: Luiz Antônio Moreira de Souza e Michela Ximenes Castellon, proprietários da Novos Ciclos Produtos e Equipamentos para Saúde Ltda.

Grupo simulava compra de medicamentos

Conforme a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Rehder, juntamente com o ex-diretor administrativo e financeiro do hospital na época, Aldenir, praticaram os desvios juntamente com os empresários.

Estoque no HRMS (Reprodução, MPMS)

Ao menos quatro denúncias contra Rehder e Aldenir tramitam no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) por suspeita de desvios do HRMS. Os valores ultrapassam os R$ 20 milhões desviados no período de 4 anos.

Ao menos quatro denúncias contra Rehder e Aldenir tramitam no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) por suspeita de desvios do HRMS. Os valores ultrapassam os R$ 20 milhões desviados no período de 4 anos.

As ações do MPMS indicam que os dois então servidores da Funsau (Fundação Serviços de Saúde) atuavam com mais servidores e também com empresários, donos de lojas de venda de medicamentos.

Desta forma, o grupo simulava a compra de vários tipos de medicamentos e também materiais hospitalares, mas esses produtos nunca chegavam. Mesmo assim, inseriam os dados falsos no sistema, como se os produtos dessem entrada e também saída.

Acontece que esses produtos nunca chegaram ao hospital, mas as empresas receberam. Essas, por sua vez, emitiam notas falsas e depois dividiam os valores com os servidores.

Em uma das ações apresentadas pelo MPMS, conversas entre Rehder e um empresário, que chegou a ser detido em flagrante na Operação Parasita, são expostas. Em trechos, é possível ver o empresário negociando a entrega de um Prisma para o servidor.

Policial do Gaeco na Operação Parasita (Henrique Arakaki, Arquivo Midiamax)

Medicamentos não chegavam ao HRMS

Em uma das denúncias, datada de abril, o MPMS indica que o grupo criminoso simulou em 2016 a compra de kits de imunotestes de metotrexato.

Porém, uma funcionária acabou estranhando a grande quantidade de kits comprados. Segundo dados identificados nos sistemas do HRMS, a média anual de consumo desses kits era de 5 por ano, considerando que cada kit tinha 100 testes.

No entanto, os suspeitos teriam feito a compra de 90 kits em 2016, o que duraria ao menos 18 anos. Mesmo assim, eles deram entrada nos produtos no sistema e, no mesmo dia, deram baixa nos 9.000 testes.

Foi comprovado que, em 2016, foram feitos apenas 141 exames daquele tipo. Ou seja, menos de 2 kits foram utilizados.

Neste ano, foram oferecidas denúncias em abril, março e a última em julho. Em todas, os valores dos desvios apresentados são milionários, chegando ao total de R$ 22.099.083,20.

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