A defesa do empresário e ex-chefe de gabinete do vereador licenciado de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), Heberton Mendonça da Silva, alegou à Justiça que a troca de mensagens que pediria agilidade no pagamento para a empresa de Heberton seria uma “situação corriqueira em qualquer repartição pública”.

O servidor comissionado foi implicado na investigação que apura esquema de corrupção na prefeitura de Sidrolândia e recebia salário bruto de R$ 12,5 mil. Foi exonerado em 5 de abril, após a deflagração da 3ª fase da Operação Tromper.

A troca de mensagens consta na denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) em que o braço direito de Claudinho Serra – acusado de liderar esquema de corrupção em Sidrolândia -, Carmo Name Júnior, estaria cobrando agilidade no repasse de pagamento da empresa Art e Traço, vencedora de licitação para gerir contratos de publicidade da prefeitura de Sidrolândia.

A Art e Traço seria a responsável por repassar valores à agências, uma delas é de propriedade de Heberton e fazia parte do esquema, segundo a denúncia.

No entanto, a defesa do empresário nega que o pedido de agilidade seria a prova de crime.

Ainda, contestou o MPMS informando que a empresa não teria sido criada apenas para ‘prestar serviços’ para a Art e Traço – desviar dinheiro do município com falsos pagamentos de publicidade -.

E negou que tenha utilizado sua influência política com Claudinho, afirmando que só foi nomeado para o gabinete dele após a prestação de serviço para a Art e Traço.

Para o MPMS, Heberton criou a empresa para receber valores da Art e Traço por serviços não prestados de publicidade em site criado apenas para este fim. As investigações concluíram que um site de notíficas que apenas replica matérias de outros veículos recebia valores mensais de publicidades em nome do município de Sidrolândia jamais executadas.

A investigação, tocada pela 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Sidrolândia, ratificou a efetiva existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, bem como o pagamento de propina a agentes públicos municipais.

Operação Tromper

Nas duas primeiras fases da Operação Tromper, os agentes investigaram corrupção na prefeitura de Sidrolândia, cidade distante 70 quilômetros de Campo Grande. Durante as investigações, foi descoberto, segundo o Gecoc, conluio entre empresas que participaram de licitações e firmaram contratos com a Prefeitura de Sidrolândia, que somados chegam a valores milionários.

Ainda segundo as apurações, também foi investigada a existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e desvio de dinheiro público, bem como o pagamento de propina a agentes públicos, inclusive em troca do compartilhamento de informações privilegiadas da administração pública.