Alvo de operação da PF (Polícia Federal), a Groen Engenharia e Meio Ambiente LTDA (17.444.459/0001-87) recebeu pagamentos que totalizam R$ 106.699.051,00 da prefeitura de Três Lagoas, cidade a 326 km de Campo Grande. A maioria desses recursos é proveniente de repasses federais para a saúde, mas também há contratos para obras em escolas.

Assim, equipes da PF estiveram na manhã desta quinta-feira (9) na sede da empresa, no bairro Royal Park, em Campo Grande, para cumprir sete mandados.

O objetivo das investigações é apurar o cometimento dos crimes de fraude ao procedimento licitatório, peculato, apropriação e associação criminosa, bem como recuperar os prejuízos financeiros causados à Administração Pública pela Prefeitura Municipal de Três Lagoas.

“Os auditores apuraram que houve direcionamento indevido da contratação para uma determinada empresa em detrimento de outras opções mais vantajosas, resultando em prejuízos financeiros significativos. A Polícia Federal aprofundou a investigação, confirmando os apontamentos realizados pela CGU e identificando necessidade de fase ostensiva”, diz a CGU (Controladoria-Geral da União), que atuou em conjunto com a PF na ação.

PF cumpriu mandados na sede da empresa em Campo Grande

Sete mandados foram cumpridos na Capital, na sede da empresa, que fica localizada na Via Park. Segundo a Polícia Federal, durante as investigações foram encontrados indícios de direcionamento ilícito de contrato administrativo, além de superfaturamento e inexecução de parte de obras e serviços em unidades de ensino em Três Lagoas.

Também foram identificadas empresas de fachada e empresas fantasmas, utilizadas para realizar transações financeiras entre os envolvidos. A empresa já teria faturado cerca de R$ 23 milhões após a fraude em licitações. Ao todo, 20 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.

Assim, cinco mandados foram cumpridos em Três Lagoas, sete em Campo Grande, seis em Coxim, um em Naviraí e um em Florianópolis, em Santa Catarina. Foi também cumprida uma medida cautelar de sequestro e bloqueio de bens de um dos indiciados no valor de R$ 23 milhões.

As medidas foram deferidas pela 1ª Vara da Justiça Federal de Três Lagoas, após representação judicial conjunta formulada pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul.