Manifestantes se reuniram em frente ao Fórum de Campo Grande, na tarde desta quarta-feira (5), Dia do Meio Ambiente, para protestar contra o desmatamento do Parque dos Poderes. O grupo com cerca de 50 pessoas reuniu políticos, advogados, ambientalistas e outros interessados a favor da causa. 

O Parque dos Poderes abriga as sedes dos órgãos públicos estaduais do executivo, legislativo e judiciário. O imbróglio sobre o desmatamento de pouco mais de 3 hectares para a construção de prédios e estacionamento foi parar na Justiça e ainda não teve resolução. 

Na Câmara de Vereadores de Campo Grande tramita pela segunda vez um projeto de lei que pede o tombamento do Parque dos Poderes, Parque Estadual do Prosa e Parque das Nações Indígenas.

Alguns dos últimos desdobramentos foi que o juiz 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, Ariovaldo Nantes Corrêa, anulou o acordo firmado com o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) que liberava o desmatamento em uma área e estabeleceu novo prazo para que ambientalistas se manifestassem no processo. 

Assim, o grupo representado pela advogada Giselle Marques apresentou uma nova petição em que faz uma série de pedidos para que o Estado apresente um estudo de impacto ambiental. 

Em entrevista durante a manifestação, a advogada explicou que esperam que o juiz marque uma audiência para análise dessa produção de provas e que a sentença seja proferida após a apresentação dessas respostas. Eles também pedem que testemunhas sejam ouvidas.

A intenção é que no documento apresentado pelo Governo de Mato Grosso do Sul conste o planejamento, impactos ambientais, as formas de mitigação e compensações. 

Grupo protesta em frente ao fórum. (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

“Nós estamos requerendo que o estado apresente um estudo de impacto ambiental. É um absurdo querer desmatar sem apresentar nenhum estudo e também que apresente um plano de manejo. Como ele vai lidar com as espécies? No momento do desmatamento, o que vai ser feito? Até porque tem espécies endêmicas, que só tem naquela região, também tem espécies ameaçadas de extinção”, explica.

Outro apoiador da causa é o advogado da Comissão de Meio Ambiente e Direitos Humanos da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil), Vicente Mota e Souza Lima. Ele ressalta a importância da área para Campo Grande, especialmente pela diversidade de espécies de plantas e animais.

“Segundo alguns estudos, há indícios de que é possível que haja uma parte da Mata Atlântica, que é uma espécie muito desmatada em todo litoral do Brasil, e é importante a conservação desses espaços. Então a gente já tem muitos espaços desmatados em Campo Grande, a gente precisa arborizar pelo clima de deserto, a gente depende de chuvas. Então, é importante manter aquela área verde, manter uma área intocada”, ressalta. 

Um dos pontos defendidos pelo grupo são os benefícios na temperatura da cidade, que vem enfrentando sucessivas ondas de calor. 

“Se a gente começar a desmatar, vai deixar de ser parque. Escolher um espaço ali que é agradável, que uma árvore, o espaço da árvore, ela cria uma sensação térmica de conforto, a temperatura diminui em torno de 8 ou 10 graus”, pontua.

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