Com greve e gastos extrapolados, projeto quer salário de R$ 41 mil para prefeito em Campo Grande
Subsídio de prefeito custaria R$ 20,5 mil a mais, ou seja, um reajuste de 96%
Dândara Genelhú –
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O salário da prefeita de Campo Grande pode subir para R$ 41.845,48 se o projeto de lei nº 10.879/23 for aprovado. A proposta de aumento do subsídio da gestora da cidade foi protocolado nesta segunda-feira (27), mesmo dia em que a greve da enfermagem foi instaurada na Capital.
O efeito cascata de reajuste dos tetos salariais em Campo Grande leva a proposta de aumento do subsídio da prefeita. Conforme o Portal da Transparência, a remuneração do prefeito da Capital é de R$ 21.263,62, atualmente.
Assim, o reajuste seria de 96%. Ou seja, o subsídio de quem for prefeito custaria R$ 20,5 mil a mais. Além disso, a matéria protocolada na Câmara Municipal prevê o aumento da remuneração do vice-prefeito para R$ 37.658,6. Isso porque em 2024 tem novas eleições municipais.
Se aprovado, os integrantes do primeiro escalão também receberão aumento. Secretários municipais terão subsídio de R$ 35.567,50 e dirigentes de autarquias terão R$ 30.142,70.
‘Subsídio prefeita’
O documento do projeto tem nome de ‘subsídio prefeita’ e prevê os reajustes para 1º de fevereiro de 2025. Vale lembrar que desde o ano passado o aumento do salário de Adriane Lopes gera projetos na Casa de Leis.
Em 2022 a proposta previa subsídio de R$ 35,2 mil para a prefeita. No entanto, a discussão ficou para este ano e, atualizado, o projeto de 2023 estabelece R$ 6,3 mil a mais de reajuste para a gestora.
O projeto é justificado pela defasagem do subsídio da prefeita. Assim, o texto aponta que o último aumento aconteceu em 2012. “Vale lembrar que naquele ano de 2012, o subsídio do Prefeito já se encontrava defasado em 72%”, explica.
Então, afirma que a defasagem é de 115,70%, de 2004 a 2022. O projeto ainda justifica que o aumento “não empobrece quem paga nem enriquece quem recebe”. A Mesa Diretora assina a proposta, que ainda passará por votação entre os vereadores.
Greve e gastos
No mesmo dia em que o projeto foi protocolado, a administração de Adriane Lopes passa pela segunda greve em menos de um ano de gestão. Assim, vereadores avaliam o desgaste político do atrito com servidores e criticam dificuldade de diálogo com o Executivo.
Os profissionais da Saúde se organizam em greve para exigir do município a negociação do enquadramento no Plano de Cargos e Carreira da categoria e implementação do piso nacional.
Além disso, desde 2001, os profissionais da enfermagem tentam reaver o pagamento do adicional de insalubridade.
A Câmara de Campo Grande também destaca ‘preocupação’ com gastos extrapolados da Prefeitura de Campo Grande. A administração municipal pode enfrentar dificuldades na negociação de reajustes salariais aos servidores, considerando que compromete 57,02% da receita corrente líquida com pessoal, extrapolando o limite máximo de gastos, que é de 51%.
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