Três alvos da operação da PF (Polícia Federal) contra atos antidemocráticos em Mato Grosso do Sul tiveram os perfis em redes sociais derrubados por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). A médica Sirlei Ratier, a jornalista Juliana Gaioso e o ex-prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos Rosa, estão usando contas reserva.

Dos citados, apenas Juliana se manifestou sobre a ação. Ela admitiu que a PF apreendeu seu telefone celular. “Não estou bem, estou extremamente abalada e me senti vilipendiada”, disse durante transmissão ao vivo no Instagram.

Waldeli criou perfil reserva, enquanto Sirlei perdeu acesso apenas à conta principal. O Jornal Midiamax não encontrou a defesa da médica. O ex-prefeito declarou que “sempre se expressará para apoiar e defender a democracia”.

Os autos dos processos referentes à operação continuam sob sigilo, portanto a lista com os alvos não foi divulgada.

STF expediu mais de 100 mandados contra envolvidos em atos antidemocráticos

A operação da PF teve como alvos três grupos de pessoas e empresas que participaram de manifestações contra o resultado da eleição presidencial de 2022. Foram cumpridos 103 mandados em Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Acre, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraná, Rondônia e Santa Catarina.

As medidas foram determinadas pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes. Todas elas foram no âmbito dos inquéritos dos atos de 7 de Setembro, das milícias digitais e petições relacionadas.

São mandados de busca e apreensão, quatro ordens de prisão, quebras de sigilo bancário, apreensão de passaportes, suspensão de certificados de registro de CACs (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador), além do bloqueio de contas bancárias e de 168 perfis em redes sociais de dezenas de indivíduos suspeitos de organizar e financiar atos pela abolição do Estado Democrático de Direito e outros crimes.

Nas ações, são investigados grupos que atuaram no financiamento de bloqueios do tráfego em diversas rodovias brasileiras e manifestações em frente a quartéis das Forças Armadas. Em um dos processos, as forças de segurança dos estados identificaram participantes dos protestos.

Os grupos são formados pelos seguintes componentes:

– Indivíduos apontados como líderes, organizadores, financiadores, fornecedores de apoio logístico e estrutural identificados em bloqueio de rodovias;

– Proprietários e condutores de caminhões de diversas subcategorias que participaram das manifestações e atos antidemocráticos e foram autuados pela prática de infrações de trânsito de natureza grave ou gravíssima;

– Proprietários e condutores de veículos empregados para prestar apoio, auxílio logístico ou estrutural aos referidos atos, como transporte de pneus a serem queimados, estrutura para barracas, transporte de banheiros químicos, dentre outros.

No total, 17 mandados foram cumpridos em Mato Grosso do Sul, além de nove no Acre, um no Amazonas, 20 no Mato Grosso, 16 no Paraná, 15 em Santa Catarina, um em Rondônia e um no Distrito Federal. No Espírito Santo, foram 23 medidas cumpridas, incluindo quatro prisões preventivas.