A denunciada pelo (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária) por suposto favorecimento a presos do PCC (Primeiro Comando da Capital) negou envolvimento com os faccionados. Ao Midiamax, a servidora refutou as alegações do sindicato e disse que prestava seu trabalho de forma isenta, a quem necessitasse.

Entenda

Na segunda-feira, o Sinsap divulgou uma nota alegando ter recebido denúncia anônima de que a assistente estaria prestando atendimento direcionado a presos faccionados, nas Penitenciárias Estaduais Masculinas de Regimes Fechados da Gameleira I e II, em . O trabalho vinha sendo realizado a pedido do (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul).

No entanto, a assistente nega qualquer tipo de predileção a determinado grupo de criminosos. Na manhã desta quinta-feira (30), ela explicou à reportagem que é servidora do município e que por muito tempo participou da Pastoral Carcerária. Em 2021, deixou a pastoral e foi convocada pela 50ª Promotoria de Justiça da Capital para atuar como voluntária do MPMS nos presídios.

Um dos motivos da escolha é que, além de ser assistente social de ofício, já tinha conhecimento sobre o funcionamento das unidades prisionais do Estado. Assim, ainda em 2021, passou a prestar atendimento nos presídios masculinos da Gameleira. O serviço consistia em ouvir os presos sobre como estava sendo o cumprimento da pena, ouvir o que eles tinham a dizer sobre seus direitos e depois encaminhar as demandas ao MPMS.

Neste sentido, alega que não tem nenhuma ligação com faccionados. “Não tenho nada a ver com isso de facção. Tenho serviços prestados e um nome a zelar, sou uma pessoa idônea”, disse. Reforçou ainda que sequer escolhia quem iria atender. “Eu atendia quem me pediam”.

Ou seja, ela disse que por conta do trabalho com a Pastoral ficou conhecida e muitos familiares de presos a procuravam, solicitando que ela ouvisse os internos na Gameleira e, em seguida, ela encaminhava os nomes destes ao MPMS, que emitia o ofício. Além disso, também falava com presos indicados pela promotoria.

Por este motivo, diz que eventualmente pode ter atendido internos que eram faccionados, mas que não os escolhia só por esta razão. “Meu trabalho é atender, não sou advogada, não perguntava a eles quais os crimes cometerem ou quais facções faziam parte. Apenas ouvia o que tinham a dizer e depois encaminhava à promotoria”, pontuou. A servidora acredita que, por este motivo, possa ter sido alvo de retaliação por parte dos servidores.

“Eu ouvia o que os presos tinham a dizer e alguns reclamavam de agressão, , violação de direitos, então eu era um canal entre os presos e o Ministério Público”. A assistente disse também que sempre agiu para garantir amparo aos internos, que pediam itens de higiene, visitas, solicitavam transferências e faziam denúncias de violação dos direitos, mas que nunca escolhia a dedo beneficiar um grupo específico. “Atendida a todos”.

Ela pontuou que chegou a ser questionada por representantes da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) sobre por qual razão atendia apenas faccionados, mas respondeu: “Eu era uma voluntária que atendia na sala da assistência social, mas sem saber a origem de quem estava vindo, se era faccionado ou não. Nunca fizemos essa escolha”.

Decisão

Comunicação interna datada desta quarta-feira (29) proíbe a assistente social de entrar nas dependências da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira, bem como nos demais presídios do Estado. A decisão foi tomada após denúncia feita sobre a assistente, que estaria atendendo preferencialmente presos faccionados daquela unidade.

A comunicação é assinada pelo diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves. O ofício informa que, considerando a denúncia feita para a (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) envolvendo a assistente social voluntária indicada pelo MPMS, fica determinada a proibição da entrada dela na Gameleira.